Ao menos 12 empresas goianas são denunciadas por assédio eleitoral; veja lista

O Portal CUT recebeu, até esta segunda-feira (24), 12 denúncias de assédio eleitoral em empresas de Goiás. Todos os casos se referem a patrões que estariam ameaçando ou coagindo seus funcionários a votarem no candidato Jair Bolsonaro (PL). A prática é crime previsto nos artigos 299 e 301 do Código Eleitoral.

As empresas envolvidas nas denúncias são de Jataí (3), Goiânia (2), Caldas Novas (2), Morrinhos (1), Porangatu (1), Itumbiara (1), Pontalina (1) e Itapirapuã (1). (Confira a lista abaixo)

Conforme os relatos anônimos, donos de empresa teriam se reunido com trabalhadores a fim de coagir eles a votarem no atual presidente.

Em uma empresa médica de Goiânia, a Saúde e Bem Estar Serviços Médicos Ltda, a dona da empresa teria dito que, caso o candidato Lula (PT) fosse eleito, não seria possível manter todos os funcionários. "[A dona da empresa] disse que se o Lula ganhar, o Brasil vai virar uma Venezuela, e a empresa não vai conseguir pagar os impostos e vai precisar demitir funcionários".

Já na Prefeitura Municipal de Pontalina, o prefeito Edson Guimarães de Faria, junto com o vereador Magno Mesquita, estaria ameaçando de demissão os funcionários que não votarem em Bolsonaro. A medida teria ocorrido logo após trabalhadores comemorarem a vitória de Lula no primeiro turno das eleições.

Na cidade com mais casos, empresas do ramo agropecuário, como a Agropecuária Rio Paraíso e o Sindicato Rural de Jataí, além da J. Cruzeiro Materiais para Construção, foram denunciadas por assédio eleitoral. O sindicato é acusado de reunir empresários do agronegócio que sugeriram fazer pressão nos funcionários para votarem no atual presidente.

Em Caldas Novas, a Mister Pães Padaria e Supermercado foi acusada de oferecer benefícios, como folga e um vale de R$ 200 reais, caso Bolsonaro seja reeleito. Já em Morrinhos, a Central Energética de Morrinhos, do Grupo Colorado, foi denunciada por ameaças de demissão. "O que mais se ouve é líder falando que vai mandar todos os eleitores petistas embora".

Uma denúncia anônima encaminhou um áudio que seria do empresário Eronildo Valadares, dono da loja de materiais de construção Valadares Empresarial. Na gravação, ele teria ameaçado fechar a empresa caso Lula seja eleito.

"Dia 1º a loja estará com uma faixa de liquidação de estoque. Se o Lula ganhar, vai fechar a empresa, então os funcionários estão todos preocupados buscando conseguir voto. Eles têm que dar valor em que está dando emprego pra eles trabalharem, se não, que procurem o pessoal do PT. E também não compro mais de ninguém que seja PT", diz no áudio.

Denúncias crescem

Confome dados do Ministério Público do Trabalho (MPT), denúncias de assédio eleitoral cresceram 2.577% entre o primeiro e o segundo turno das eleições. Só neste período, o órgão recebeu 1.572 denúncias. Ao todo, foram reportados 1.633 casos no pleito deste ano, envolvendo 1.284 empresas por todo o Brasil. Os casos registrados pelo Portal CUT são averiguados pela assessoria jurídica da Central e, em seguida, encaminhados ao MPT.

Diante do alto número de denúncias de assédio eleitoral, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 10ª Região fixou multa de 10 mil reais por cada funcionário que se sentir coagido ou intimidado a votar em determinado candidato. A medida se aplica a todo o território nacional.

Empresas goianas denunciadas no Portal CUT

1. Jataí
Agropecuária Rio Paraíso
Sindicato Rural de Jataí
J. Cruzeiro Materiais para Construção

2. Goiânia
Saúde e Bem Estar Serviços Médicos Ltda
Vega Construtora - Grupo Vega

3. Caldas Novas
Di Roma Hotéis
Mister Pães Padaria e Supermercado

4. Morrinhos
CEM Central Energética de Morrinhos - Grupo Colorado

5. Porangatu
Valadares Empresarial

6. Itumbiara
D Albieri Transporte e Logística

7. Pontalina
Prefeitura Municipal de Pontalina

8. Itapirapuã
Prefeitura Municipal de Itapirapuã