X CONSIDSAÚDE REÚNE DELEGADOS/AS EM DEFESA DO SUS.
Publicado: 23 Outubro, 2025 - 11h19 | Última modificação: 23 Outubro, 2025 - 11h40
Escrito por: Juliano Cavalcante
O 10° Congresso do SINDSAÚDE, X CONSINDSAÚDE, SUS em disputa- Democracia sob ataque e perda de direitos: desafios e perspectivas para a saúde pública e a classe trabalhadora, aconteceu do dia 20 a 22 de outubro, no Centro Pastoral Dom Fernando.
Durante três dias de evento o sindicato reuniu trabalhadores/as de várias regiões do estado que compõem a base sindical. Somente delegados/as filiados/as eleitos em assembleias e ações sindicais participaram do encontro. Ao todo, estavam reunidos 135 delegados/as de 27 municípios goianos.
Abertura
A noite de abertura do Congresso recepcionou lideranças políticas e de entidades para celebrar a unidade da classe trabalhadora.
Estiveram presentes para compor a mesa de abertura, Flávio Alves, presidente da CUT Goiás, Néia Vieira, presidenta do SINDSAÚDE e diretora do CNTSS, Mauro Rubem, deputado estadual, Ângela Cristina, ouvidora-geral externa da Defensoria Pública e membra da direção do MTD, Patrícia Cristiane, diretora do MST, João Pires, coordenador do Fórum Goiano em Defesa dos Direitos, da Democracia e Soberania, e Fernando Mota, presidente da CTB.
"Tenho certeza que esse Congresso será muito importante para que seja tirada a pauta de luta da categoria. Do dia 14 a 17 de outubro aconteceu a Plenária Nacional da CUT, onde também foi possível encaminhar várias propostas de luta da classe trabalhadora. Nós sabemos que a reforma administrativa, se aprovada, vai afetar fortemente os trabalhadores/as de diversas áreas, incluindo da saúde. Esses que já são afetados drasticamente com baixos salários e condições de trabalho. Nós estamos vendo o governo de Goiás diminuir a qualidade da saúde pública no estado com o intuito de privatiza-la ao entregar sua administração para as OSs, uma atitude lamentável. A saúde pública brasileira carece urgentemente de um orçamento estável, porque a população brasileira não suporta mais pagar plano de saúde privado", discursa Flávio Alves durante a mesa de abertura.
Após a solenidade de abertura os congressistas participaram da Análise de Conjuntura, com Eliane de Moura Martins (UFRGS e MTD) e Mauro Rubem, sob mediação de Néia Vieira. "A análise de conjuntura é muito importante para que possamos entender o cenário atual do trabalho, tanto do nosso estado quanto nacional, e a importância da organização da luta dos trabalhadores/as por direitos", afirma Néia Vieira.
Segundo Dia
A programação iniciou com a Mesa 1 para discutir sobre Política de Comunicação Sindical e Popular com os palestrantes Maria Aparecida Faria, secretária de comunicação da CUT Brasil e da CNTSS, e presidenta do DIEESE, e Élida Miranda, jornalista, secretária adjunta de saúde do trabalhador e trabalhadora da CUT Brasil.
Mediada por Sirley Braga e com coordenação de Noêmia Cardoso, a mesa levantou reflexões sobre os desafios e o papel estratégico da comunicação sindical e popular na disputa de narrativas, na mobilização de base e na defesa da democracia.
No período da tarde aconteceu a segunda mesa do dia trazendo o tema, Ataques ao Servidor e ao Serviço Público- Reformas no Congresso Nacional, que contou com as participações de Neuriberg Dias, jornalista, analista político e diretor de documentação do Diap, e Maria Júlia Nogueira, presidenta da CNTSS, e secretária nacional de combate ao racismo da CUT Brasil.
Com mediação de Néia Vieira e coordenação da diretora Marlene Soares, o debate trouxe uma leitura crítica sobre os impactos das reformas e as estratégias de resistência do movimento sindicial.
Para encerrar a programação do dia foi promovida uma discussão sobre Atentado à Soberania Nacional e à Democracia, com contribuições de Élida Miranda e a professora Ana Lúcia, coordenadora geral do Centro Cultural Eldorado dos Carajás, além da mediação de Aliandro Paulo, vice-presidente do SINDSAÚDE, e coordenação de Marcilene Santos, diretora do sindicato.
Os diálogos promovidos durante o dia reforçaram a importância da defesa dos serviços públicos, da soberania nacional e da democracia como pilares fundamentais para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
Encerramento
No último dia os congressistas acompanharam os discursos do palestrante Francisco Júnior, farmacêutico hospitalar do SUS e ex-presidente do Conselho Nacional de Saúde na Mesa 1- SUS em Disputa. Junto com Néia Vieira, foi levado para o centro do debate a proposta de Carreira Única Interfederativa do SUS.
Na segunda e última mesa do evento foi apresentado o projeto de formação sindical da entidade. Ricardo Manzi, diretor do SINDSAÚDE e FENACSAÚDE, e Saulo Reis, assessor político e sindical, estiveram a frente da proposta de contrução de lideranças sindicais.
"No último dia de Congresso iniciamos discutindo um assunto muito importante não só para os trabalhadores/as mas para os usuários do sistema de saúde, que é a Carreira Única Interfederativa do SUS. Uma discussão pautada em diversas Conferências de Saúde, aprovadas e que hoje está sendo discutida na mesa nacional de negociação permanente do SUS a qual o SINDSAÚDE faz parte por meio da CNTSS. É um assunto de interesse do sindicato, dos trabalhadores/as e dos usuários do SUS. Outro aspecto que discutimos hoje é o planejamento do processo de formação política sindical do sindicato, inclusive com a escola de formação política do SINDSAÚDE onde iremos abordar temas relacionados a controle social, história do movimento sindical e organização do sindicato", diz Ricardo Manzi.
Ao final do dia foram votados os planos de luta para os próximos anos do SINDSAÚDE abordando todos os temas que foram discutidos durante o Congresso.
O SINDSAÚDE reafirma seu compromisso com a organização da classe trabalhadora, a defesa do serviço público contra a reforma administrativa e a valorização dos profissionais que tornam o SUS um patrimônio público indispensável para todos/as.
*Com informações do SINDSAÚDE*