Escrito por: Redação CUT-GO

Violência no campo é pauta de audiência pública da Alego

Whidiney Corado

Trabalhadores e trabalhadoras do campo estiveram reunidos nesta terça-feira (2) na audiência pública "Violência no campo e o papel do Estado", realizada na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego). O debate reuniu representantes de movimentos sociais, comunidades rurais, e lideranças de acampamentos e assentamentos de reforma agrária.

Durante o encontro, foi relatado o aumento no número de casos de violência policial e de fazendeiros em acampamentos e assentamentos do estado, rondas frequentes de vigilância e uso de drones para monitoramento contra o povo do campo, de ameaças de morte e fichamento de lideranças, além de sitiamento e intimidação constante das famílias.

Estiveram presentes integrantes da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar de Goiás (Fetraf-GO), Federação dos Trabalhadores Rurais na Agricultura Familiar de Goiás (Fetaeg), Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), Comissão Pastoral da Terra de Goiás (CPT-GO) e Movimento Camponês Popular (MCP).

Além das entidades representativas, estiveram presentes representantes de órgãos públicos, como a Defensoria Pública do Estado de Goiás (DPE-GO), Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO) e do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA). A audiência é de iniciativa do deputado estadual Mauro Rubem.

A presidenta da CUT-GO e deputada estadual, Bia de Lima, participou da audiência pública e ressaltou a necessidade de avançar nas políticas públicas voltadas ao povo do campo. "Vamos lutar e nos unificar por uma perspectiva de avançar, ainda mais, no campo e na cidade. O nosso povo precisa ter esperança, vida digna e oportunidades para continuar produzindo, fazendo a diferença e girando a roda da economia. Para tal, nós precisamos oferecer perspectiva, financiamento, linha de crédito, oportunidade para construir sua casa, serviços de saúde e podem contar com nosso mandato para esses serviços."

A diretora de mediação e conciliação de conflitos agrários do MDA, Cláudia Maria Dadico, também esteve na audiência e destacou preocupação com a situação da violência no campo em Goiás, pontuando que as ações relatadas são inconstitucionais por parte das forças policiais, e que "esse tipo de prática não se sustenta do ponto de vista do direito e não se sustenta do ponto de vista da observância dos parâmetros internacionais de direitos humanos".