Trabalhadores dos Correios fazem raio x da empresa em Goiás
Logo será conhecida a verdadeira estrutura - ou a falta dela - da estatal
Publicado: 31 Outubro, 2018 - 13h49
Escrito por: Maísa Lima
Como o Ministério Público Estadual de Goiás (MP-GO) não tem fiscais em número suficiente para visitar todas as agências dos Correios em Goiás, o Sindicato dos Trabalhadores na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos e suas Concessionárias, Permissionárias, Franqueadas, Coligadas e Subsidiárias no Estado de Goiás (Sintect-GO) resolveu assumir essa responsabilidade: está aplicando um questionário em cada uma das mais de 300 unidades da estatal para averiguar o número de funcionários, estrutura do prédio e condições de trabalho, entre outras informações.
Conforme o secretário geral do Sintect-GO, Elizeu Pereira da Silva, esse levantamento é importante principalmente para explicar à população porque a qualidade dos serviços prestados pelos Correios caiu tanto. "No caso de Catalão - cidade localizada a 261 quilômetros de Goiânia -, por exemplo, dos 43 carteiros originais restaram 26. Com isso, alguns bairros deixaram de contar com a distribuição de correspondências", denuncia. O sindicalista acrescenta que os Correios perderam 26 mil funcionários nos últimos dois anos.
"Essa estratégia é conhecida. Primeiro sucateiam a estatal, o que deteriora os serviços prestados à população que, por sua vez, começa a considerar a privatização - meta almejada por esse governo neoliberal - como umaq boa saída, esquecendo que trata-se de alienar um patrimônio de 358 anos do povo brasileiro e que vai pagar muito mais caro pelos serviços", pontua Elizeu.
Fusão
Com Elizeu Pereira estava no estúdio da Rádio Trabalhador (www.radiotrabalhador.com.br) o coordenador geral da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar em Goiás (Fetraf) Antônio Pereira Chagas, o Tonho da Caiapônia.
Tonho se mostrou preocupado com fusão dos Ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente, anunciada pelo presidente eleito Jair Bolsonaro (PSC). "Perdemos no governo do golpista Michel Temer (MDB) o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), que tocava 17 projetos voltados para a agricultura familiar que hoje estão parados ou funcionando precariamente. Agora vem essa bomba", lamentou.
O coordenador da Fetraf-GO disse que o agricultor familiar amanhece e dorme preocupado com a questão do meio ambiente. É ele quem garante uma alimentação saldável na mesa dos brasileiros e preserva as nascentes. "Mesmo entre os ruralistas há divergências sobre esta fusão. É colocar a raposa (agronegócio) para tomar conta do galinheiro (meio ambiente)", pontuou.