Escrito por: Gabriella Braga

Trabalhadores dos Correios aprovam proposta e encerram preparação de greve nacional

Greve estava marcada para iniciar nesta quinta (1º), mas, com a proposta de conciliação mediada pelo Tribunal Superior do Trabalho, a direção dos Correios aceitou pagar reajuste de 10,12% à categoria

MARCELO CAMARGO / AGÊNCIA BRASIL

Diante da luta intensa dos trabalhadores e trabalhadoras dos Correios pela Campanha Salarial 2022/23, a direção da Empresa dos Correios e Telégrafos (ECT) aceitou pagar o reajuste salarial de 100% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), equivalente a 10,12%, e aplicou o reajuste também aos benefícios, como o vale-alimentação/refeição e demais gratificações.

O percentual de reajuste é referente à inflação do período de 1º de agosto de 2021 a 31 de julho de 2022. Durante as negociações, os Correios estavam oferecendo apenas 90% do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de 9,62%, e se recusavam a aceitar as demais reivindicações dos trabalhadores/as.

Diante da falta de acordo, o ministro Ives Gandra Martins, do Tribunal Superior do Trabalho (TST), precisou mediar o conflito. Com a proposta do ministro, sindicatos de todo o país realizaram assembleias na quarta-feira (31) para debater a tentativa de conciliação.

Sem acordo, a categoria entraria em greve nacional nesta quinta-feira (1º). No entanto, "a categoria, em assembleia, aceitou a proposta apresentada pelo TST na mediação e rejeitou a deflagração de greve", explica Ueber Barboza, secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores em Correios de Goiás (Sintect-GO), entidade filiada à CUT Goiás.

No informe aos sindicatos, a Federação Nacional dos Trabalhadores em Correios (Fentect) reforçou que "a proposta não atende totalmente os anseios da categoria, mas é um 'fôlego' que os trabalhadores terão neste ano de intenso ataque as suas condições de trabalho e de vida".

Desta forma, além do reajuste de 10,12% nos salários e gratificações, a categoria conquistou a volta do pagamento integral do vale-refeição durante as férias, e a liberação dos/as dirigentes sindicais sem prejuízo de suas remunerações e benefícios.

O pagamento da Participação dos Lucros e Resultados (PLR), que a direção da empresa estava se negando a fazer, foi outra vitória da categoria. "Nós garantimos que 50% do PLR serão pagos [aos trabalhadores] e a distribuição dos outros 50% dependerá do desempenho operacional e assiduidade, dentre outros critérios já aprovados pelo colegiado do ECT que ainda não sabemos exatamente quais são", afirma Emerson Marinho, secretário de Comunicação da Fentect.

*Com informações CUT Brasil