Escrito por: Redação CUT-GO

Trabalhadores da educação de Águas Lindas de Goiás mantém greve por falta de acordo

Sintego busca tratativas com a prefeitura do município, mas não houve nova proposta apresentada para a aplicação do Piso do Magistério e o pagamento do retroativo da data-base dos administrativos

Sintego

Trabalhadores e trabalhadoras em educação de Águas Lindas de Goiás aprovaram por unanimidade, durante Assembleia nesta quarta-feira (16), pela continuidade da greve, visto que não houve uma nova proposta apresentada pela prefeitura do município.

O Poder Executivo manteve a proposta, já rejeitada pela categoria, de pagar o percentual de 14,95%, estabelecido como o Piso do Magistério, apenas para os/as professores/as que estavam recebendo abaixo do valor mínimo. A medida iria nivelar/achatar quase todas as referências horizontais. A vertical já foi achatada no ano de 2022.

Sobre a data-base dos/as administrativos/as, também não foi apresentada proposta do retroativo. A categoria, insatisfeita, deliberou que a greve continua até uma nova proposta, tanto para os/as professores/as, quanto administrativos/as da educação.

Vale lembrar que a greve foi deflagrada no dia 8 de agosto, e o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego) tenta, desde então, obter uma nova proposta da prefeitura. As tratativas ocorrem desde o início do ano, mas o Executivo se recusa a cumprir a lei.

Nota da CNTE

O trabalho dos/as profissionais da educação necessita de condições adequadas para ser realizado com sucesso. Os/as trabalhadores/as em educação do município de Águas Lindas/GO lutam pelo cumprimento ao reajuste previsto na Lei do Piso Salarial Nacional do Magistério, aplicado na carreira. A reivindicação da categoria não vai nada além do que pedir o justo, o legítimo e o legal ao Prefeito Lucas Carvalho.

A greve iniciada no último dia 8 de agosto já deveria ter sido suficiente para que a Prefeitura se mobilizasse para cumprir a legislação federal. Desde o ano passado, quando a gestão municipal concedeu o reajuste com meses de atraso, a categoria tenta dialogar, mas não acha canais de interlocução. Quando insiste em descumprir a lei, o prefeito assume a responsabilidade política pela continuidade do movimento grevista dos/as professores/as, que compromete, no limite, a própria prestação do serviço público educacional na cidade que prometeu governar bem.

Para surpresa geral, e sem diálogo com o sindicato da categoria, a gestão municipal apresentou, ainda no final do ano passado, um projeto de reformulação do plano de carreira. Como é possível pretender alterar uma carreira pública sem diálogo mínimo com os/as seus/Suas servidores/as? Trata-se mesmo de um desrespeito sem precedentes ao conjunto da categoria dos/as educadores/as de Águas Lindas.

Os/as educadores/as de todo o país se somam em luta e solidariedade ao movimento dos/as professores/as de Águas Lindas/GO. Rogamos para que o prefeito Lucas Carvalho se tome desse mesmo sentimento de solidariedade, para além do formalismo, e assuma o compromisso de defesa da educação do povo que o elegeu.

O afastamento dos/as estudantes das salas de aula está na conta da Prefeitura, se seu gestor maior insistir em não cumprir a lei, entrará para a História com a pecha de inimigo da educação da população. Que o Prefeito encontre o mais rápido possível a solução para o fim dessa greve e que, valorizando a educação com o pagamento justo do piso salarial de seus/suas professores/as, consiga honrar a missão que o povo da cidade lhe conferiu nas urnas quando o elegeu.