Escrito por: Sintfesp-GO/TO
Transmissão abordou o potencial dos/as trabalhadores/as na luta em defesa do SUS público e de qualidade para todos/as
O Sindicato dos Trabalhadores Federais em Saúde e Previdência Social de Goiás e Tocantins (Sintfesp-Go/To) promoveu outra live, na última quarta-feira (27), dentro da 1ª Conferência Livre, Democrática e Popular de Saúde de Goiás 2022, para abordar o potencial dos/as trabalhadores/as na luta em defesa do SUS público e de qualidade para todos/as.
Sob o tema da edição "Nas redes e nas ruas em defesa do SUS", a secretária de Seguridade Social da Federação Nacional de Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps), Cleuza Maria Faustino do Nascimento, citou as dificuldades de atuação dos trabalhadores e trabalhadoras dentro do sistema de saúde brasileiro.
"As políticas públicas têm sofrido grandes desmontes, como o serviço social e a própria previdência, que tem caminhado a passos largos para a privatização. É o mesmo que ocorre com a saúde, através das OS (organizações sociais) e da falta de incentivo aos profissionais, de concurso público, entre vários outros problemas", afirmou.
A dirigente nacional destacou ainda a desmobilização dos/as profissionais do serviço público federal em relação à luta coletiva pelo SUS. "A forma como o SUS foi implantado no serviço público federal, de forma pouco organizada e sem debate aprofundado com os trabalhadores federais, a desmotivação que os profissionais tem passado, principalmente os federais, que estão há cinco anos sem reajuste e sem proposta de carreira. Isso reflete no pouco envolvimento da categoria em projetos coletivos com servidores municipais, estaduais e do serviço privado."
Coordenando a mesa de debate, Heloíza Massanaro, diretora de Organização e Política Sindical do Sintfesp-GO/TO, reforçou a importância das conferências livres. "É um espaço de esperança, construção e discussão para que a gente possa fazer a nossa luta."
Heloíza ressaltou também a dificuldade de mobilização dos/as profissionais do SUS, que, diferentemente dos/as trabalhadores/as do INSS, não conseguiram emplacar uma greve no primeiro semestre deste ano. "Estamos esfacelados na forma de contratação. Alguns estão trabalhando por concurso, outros por contratos precários. Perdemos a nossa identidade enquanto trabalhadores do SUS, então precisamos discutir e criar um coletivo capaz de lutar pelos seus próprios direitos."
A diretora de Políticas Sociais, Raça Etnia, Mulher e Saúde do Trabalhador, Terezinha de Jesus Aguiar, a Teca, apontou para a funcionalidade do sistema de saúde brasileiro como política pública essencial à sociedade. "O SUS, na sua trajetória, foi se firmando enquanto plano de saúde da classe trabalhadora e isso foi ficando ainda mais evidente durante a pandemia. Neste período, a população conseguiu entender o que é o Sistema Único de Saúde. É o tripé do que está na Constituição, que é saúde, previdência e assistência social. Estas três políticas compõem a seguridade social, que é o espaço que nós defendemos e atuamos."
Cleuza Maria da Silva, diretora do Sintfesp-Go/To, também participou do debate e reforçou o descaso das organizações sociais frente à gestão dos hospitais. "A gente vê as OS massacrando o povo e estamos de mãos e pés atados, sem poder fazer qualquer coisa. Então precisamos usar essas conferências livres para voltar com a mesa de negociação do Ministério da Saúde o mais rápido possível e, em seguida, ir pro enfrentamento."
"Nós [profissionais] somos invisíveis e temos sido explorados cada vez mais. Mesmo assim, vejo uma desmobilização muito grande, e os trabalhadores não conseguem enxergar a importância de estar lutando pelos seus direitos", complementou Rozilda Rodrigues de Oliveira, representante do sindicato no Conselho Municipal de Saúde (CMS).
Conferência Livre
A Conferência Livre, Democrática e Popular de Saúde 2022 está acontecendo em todos os estados do país, através de atividades promovidas pelas entidades sindicais e pelos movimentos sociais e populares, em conjunto com os/as usuários/as do SUS e toda a classe trabalhadora. As conferências livres preparatórias de cada estado serão responsáveis por construir um painel de contribuições, que será levado para debate sobre a situação do SUS no Brasil durante a etapa final nacional, marcada para o dia 5 de agosto.
Entre as reivindicações feitas pelo Sintfesp-GO/TO durante o evento, está a reabertura da mesa de negociações do Ministério da Saúde (MS) e do SUS, além da garantia de condições dignas de trabalho e progressão de carreira para trabalhadores/as.
As discussões das conferências livres serão levadas ainda à 17ª Conferência Nacional de Saúde, prevista para julho de 2023, promovida pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS), juntamente com o Ministério da Saúde. O evento é realizado a cada quatro anos e se tornou um dos mais importantes espaços de diálogo entre o governo e a sociedade civil para a construção das políticas públicas do SUS.
Clique aqui para assistir a live completa pelo Youtube do sindicato.