Servidores lotam audiência pública contra privatização do Ipasgo
Presidenta da CUT-GO e deputada estadual, Bia de Lima cobrou que instituto escute os usuários por meio de plebiscito. "Nós que deveríamos administrá-lo", defendeu
Publicado: 11 Abril, 2023 - 10h20 | Última modificação: 11 Abril, 2023 - 10h32
Escrito por: Gabriella Braga

Servidoras e servidores públicos estaduais lotaram mais uma vez, na tarde desta segunda-feira (10), a audiência pública para discutir a privatização do Instituto de Assistência dos Servidores Públicos de Goiás (Ipasgo), na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego). Presidenta da CUT-GO e deputada estadual, Bia de Lima acompanha de perto a discussão, também colocada em pauta em outras audiências.
Entidades representativas da categoria participam do debate, dentre elas o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego), o Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Único de Saúde de Goiás (Sindsaúde-GO), o Sindicato dos Odontologistas de Goiás (Soego) e o Sindicato dos Enfermeiros de Goiás (Sieg).
Estiveram presentes ainda o presidente do Ipasgo, Vinícius Luz, e representantes da Secretaria de Estado da Administração (Sead), da Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO), da Procuradoria-Geral do Estado (PGE) e do Tribunal de Contas do Estado de Goiás (TCE-GO).
Na ocasião, servidoras e servidores se manifestaram contrários à alteração da natureza jurídica do Ipasgo. A proposta é transformar a autarquia em um Serviço Social Autônomo (SSA), que seria regulado e regido conforme as normas da Agência Nacional de Saúde (ANS), tal como ocorre com os planos de saúde privados.
O argumento do presidente do Ipasgo é que a proposta não acarretará em privatização. No entanto, os usuários e usuárias entendem que há, sim, caminho para a privatização da autarquia e demonstram a contrariedade com a proposta. O próprio TCE-GO apontou que a mudança de regime jurídico foi apenas uma recomendação técnica, como alternativa, e não uma determinação, como é dito pelo governo estadual.
Bia de Lima, também presidenta do Sintego, cobrou que o instituto escute os/as servidores/as usuários/as. "Eu venho aqui trazer uma sugestão: que o Ipasgo crie um momento de ouvir o servidor. Por que não um plebiscito? Se nós queremos ou não mudar a forma jurídica do nosso plano de saúde. Porque quem põe dinheiro no Ipasgo somos nós, o dinheiro é nosso. Inclusive, nós que deveríamos administrá-lo, e não o governo", destacou.
Diante do argumento de que o Ipasgo não seria privatizado, a vice-presidente do Sindsaúde, Néia Vieira, ressaltou que "o patrimônio não precisa ser vendido para ser uma forma de privatização, basta essa terceirização da gestão que possibilita lucrar com o que é patrimônio do estado e de todos nós".