Sem reajuste, servidores se unem para barrar congelamento de salários em Goiás
Apesar das galerias lotadas, a PEC 3548/16 entrou em votação nesta terça-feira. A previsão é que ela seja votada em sessão ordinária na manhã desta quarta-feira (12).
Publicado: 11 Abril, 2017 - 18h44
Escrito por: Júnior César de Oliveira
Durante Assembleia Geral em frente à Assembleia Legislativa de Goiás, servidores da Educação em greve há 26 dias protestaram contra à Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 3548/16 que congela o salário do funcionalismo público por 10 anos. A medida foi proposta pelo governo de Goiás com a justificativa de reequilibrar as contas, mas enfrenta resistência por parte dos servidores públicos que estão sem receber a reposição salarial do ano passado.
Apesar das galerias lotadas, a PEC 3548/16 não entrou em votação nesta terça-feira. A previsão é que ela seja votada em sessão ordinária na manhã desta quarta-feira (12). Além do Sindicato da Educação (Sintego), o Sindicato da Saúde (Sindsaúde) e o Sindicato dos Servidores Públicos (Sindipúblico) também planejam uma nova mobilização para impedir a aprovação da proposta.
“O governo quer congelar nosso salário por 10 anos, acabar com o concurso público e ainda por cima acabar com o quinquênio. Nós estamos em uma batalha intensa para impedir que o governo vai avante para com essa medidas destruidoras dos direitos dos servidores públicos”, argumentou a presidenta do Sintego, Bia de Lima.
A proposta agrava ainda mais a situação de servidores, como os da Saúde que já acumulam seis anos sem reposição salarial, redução da gratificação de insalubridade e redução do adicional por produtividade.
“Se votar contra o servidor não terá o nosso voto em 2018”, protestou a professora e presidente da Regional do Sintego de Itumbiara, Dulcinéia Silva. “Nós sabemos o quanto essa PEC é prejudicial para todos os servidores. Nós já conversamos com o nosso deputado e avisamos que se votar contra o servidor não será reeleito”, advertiu Dulcinéia.
Bia ainda explicou que o movimento de greve iniciado no dia 15 de março continua até que as reivindicações da categoria sejam atendidas. O Sindicato cobra o pagamento do Piso dos Professores (que não foi pago nos anos de 2016 e 2017) e a data-base dos Administrativos (merendeiras, auxiliares de limpeza, vigias, secretárias) que não tiveram reajuste nos anos de 2015, 2016 e 2017. O Sindicato também reivindica uma solução para os professores do Quadro Transitório da Educação e o reajuste para os contratos temporários, que estão sem aumento salarial desde 2011.
Enquanto, os trabalhadores seguiam mobilizados em frente à Assembleia, a direção do Sintego foi recebida pelo Secretário da Fazenda, José Navarrete, para uma reunião na Procuradoria da Geral do Estado. O Sintego avaliou positivamente o encontro. “O secretário da Fazenda se prontificou a abrir espaço, a lutar inclusive com a parte de fundamentação para que a PGE concorde com as estratégias que estão sendo pensadas para se aprovar o reajuste para a Educação”. Bia finalizou se dizendo “otimista”.
