Prefeitura fecha unidade que atendia pacientes com HIV, tuberculose e hanseníase
Medida desagradou pacientes e servidores, que fizeram uma manifestação na manhã desta segunda-feira (12)
Publicado: 12 Novembro, 2018 - 13h27
Escrito por: Maísa Lima
Conforme dados divulgados pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), entre 2007 e junho de 2017 havia 5.390 casos de HIV Goiás, dos quais 4.028 eram homens e 1.360 mulheres. Essas pessoas e muitas outras que sofrem com Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs), tuberculose ou hanseníase perderam o apoio do Centro de Referência em Diagnóstico e Terapêutica Cândido José Santiago de Moura (CRDT) de Goiânia, que funcionava próximo ao Terminal Rodoviário da capital.
A Prefeitura de Goiânia fechou a unidade mesmo ela sendo referência no diagnóstico e no tratamento dessas doenças. A decisão gerou indignação entre pacientes e servidores do CRDT, que realizaram na manhã desta segunda-feira (12) um ato público em frente à unidade.
“Os funcionários serão transferidos para locais diferentes e a unidade, que faz 350 atendimentos ambulatoriais por dia e cerca de 150 exames especializados foi desarticulada”, reclama Ricardo Manzi, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Único de Saúde no Estado de Goiás (Sindsaúde-GO) - filiado à Central Única dos Trabalhadores (CUT).
Retrocesso
Ricardo e o pastor Edson Santana, que é a ativista da causa dos portadores do HIV, além do presidente do Conselho Municipal de Saúde de Goiânia, Edivaldo Barbosa foram os convidados desta segunda-feira (12) do programa Antena Ligada, que vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 10 às 11 horas, na Rádio Trabalhador (www.radiotrabalhador.com.br).
Eles disseram que servidores do CRDT e usuários foram pegos de surpresa com o anúncio do fechamento da unidade. “A Prefeitura vendeu a área e não fez qualquer planejamento para instalar os serviços em um local adequado. Não viu nem o lado do paciente e nem do funcionário”. Para saber onde vai fazer seus exames, o paciente deve ligar para 3524-8740 para se informar sobre a unidade onde continuará o tratamento.
“É muito difícil conseguir que o paciente de AIDS, tuberculose ou hanseníase realmente façam a adesão ao tratamento. Com o fechamento do CRDT, a Prefeitura está cometendo um grande retrocesso. Inclusive, o custo desse tratamento deve aumentar para os cofres públicos. Se o paciente interrompe exames e medicação, a tendência é que seu estado de saúde piore e isso vai demandar mais gastos”, pontua Edvaldo.