Escrito por: Maísa Lima

Pesquisa da Oxfam mostra olhar mais crítico dos entrevistados

Oito em cada dez pessoas acreditam que não é possível progresso sem redução de desigualdades

A Oxfam Brasil acaba de divulgar os resultados de sua terceira pesquisa de opinião, realizada em conjunto com o Instituto Datafolha, que ouviu 2.079 pessoas de 130 municípios de pequeno, médio e grande porte, incluindo regiões metropolitanas.

“Os dados buscam contribuir para o debate público sobre a redução das desigualdades brasileiras, a partir da percepção popular sobre o tema”, sintetiza a Oxfam, uma organização da sociedade civil brasileira criada em 2014.

Essa pesquisa chega num daqueles momentos dramáticos vividos pela humanidade e estamos assistindo-o e não estudando-o nos livros de história, embora só ela, a história, para nos dar o distanciamento necessário para analisar período tão escabroso. O Brasil é um dos países mais duramente afetados pela pandemia, com mais de 16 milhões de casos e mais de 450 mil vítimas fatais, até o final de abril de 2021.


Visão crítica
O relatório acaba trazendo um sopro de esperança. “Ainda que persistam desafios na forma como a população vislumbra e compreende a distribuição de renda no Brasil, consolidou-se a crença já verificada nas pesquisas anteriores sobre o vínculo entre desenvolvimento e equidade: oito em cada dez pessoas acreditam que não é possível progresso sem redução de desigualdades”, analisa.

“Aumentou o percentual de pessoas que aprovam o aumento da tributação no topo da pirâmide (84%) e, pela primeira vez desde que a pesquisa é realizada, a maioria da população (54%) é favorável ao aumento de impostos para todos como forma de financiar políticas sociais, como saúde, educação e moradia”, continua o estudo, que acrescenta: “intensificando o movimento verificado entre as pesquisas de 2017 e de 2019, nesta terceira edição houve um crescimento da percepção sobre o racismo e machismo na sociedade, indicando uma clara tendência.”

Bia de Lima, presidenta da Central Única dos Trabalhadores no Estado de Goiás (CUT-GO) e do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Goiás (Sintego) destaca que o relatório da Oxfam mostra uma visão mais acurada dos problemas do País. “É o que a CUT sempre defendeu: só eliminando as causas da pobreza poderemos combater as injustiças sociais. E isso se faz com políticas públicas que protejam a população e gere emprego e renda, garantindo saúde e educação públicas, gratuitas e de qualidade”, pontua.

Confira os principais resultados da pesquisa: