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NOTA DE REPÚDIO

CUT se manifesta contra agressões da PM de Goiás ao estudante da UFG Mateus Ferreira da Silva

Publicado: 01 Maio, 2017 - 14h13

Escrito por: Mauro Rubem, presidente da CUT Goiás

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A Central Única dos Trabalhadores de Goiás (CUT Goiás) repudia veementemente as agressões perpetradas contra o estudante de Ciências Sociais da Universidade Federal de Goiás (UFG) Mateus Ferreira da Silva, pelo capitão Augusto Sampaio de Oliveira Neto, da Polícia Militar do Estado de Goiás (PMGO), durante manifestação no Centro de Goiânia, que era parte da programação da Greve Geral do dia 28 de Abril, convocada pelas Centrais Sindicais, Movimentos Sociais e Frentes de Lutas.
 
As agressões covardes sofridas por Mateus precisam ser apuradas rigorosamente e os responsáveis diretos e indiretos punidos exemplarmente e com celeridade. É o mínimo que exigimos e cobraremos da Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária, do Ministério Público e do Poder Judiciário.
 
As cenas de violência desmedida lembram as ocorridas durante a desocupação do Parque Oeste, em 2005, também em Goiânia, que repercutiram mundialmente. Lembram ainda  os abusos e crimes praticados por policiais contra a população em situação de rua, no Centro de Goiânia, em especial crianças e adolescentes, e ameaças feitas às religiosas que os atendiam, reiteradamente denunciados às autoridades desde 2008, bem como a repressão violenta aos participantes do Carnaval de Rua, igualmente denunciada. 
 
Esses e outros episódios que mostram a doutrina violenta e violadora de direitos instaurada na Polícia Militar do Estado de Goiás foram narrados no relatório Insegurança Pública em Goiás: Anacronismo e Caos, em 2012.  Em 2013 o Procurador Geral da República sintetizou a situação, no pedido de  federalização de crimes praticados por policiais militares em Goiás: “O somatório de formação técnica arcaica [dos policiais] (...) com a situação de falência estatal e recrudescimento da criminalidade resultaram no desaparecimento forçado de indivíduos, execução de pessoas em situação de rua e de figuras públicas questionadoras da atuação policial violenta, instituição de grupos de extermínio, intimidação de órgãos de imprensa e autoridades fiscalizadoras da atuação policial, bem como na aplicação de violência arbitrária e desmedida durante ações de abordagem”.
 
No mesmo contexto se insere a execução do adolescente Roberto Campos da Silva, Robertinho, e a tentativa de homicídio de seu pai, Roberto Lourenço da Silva, em ação de policiais do serviço reservado do Comando de Policiamento da Capital, dia 17 de abril. 
 
Neste momento é necessário punir os  responsáveis diretos e indiretos por estas brutalidades, pondo fim à impunidade histórica em ações violadoras praticadas pela Polícia Militar do Estado de Goiás e, de forma mais severa ainda, eliminar o mal pela raiz, combatendo as doutrinas de violências cultivadas e reproduzidas por setores da cúpula da Polícia Militar e do governo goianos, que nutrem a conduta de violência no dia a dia, principalmente na periferia , contra os lutadores sociais, jovens negros e pobres.
 
Mauro Rubem de Menezes Jonas
Presidente da CUT Goiás