Escrito por: Redação CUT-GO
Sindicatos se reuniram com trabalhadores e usuários do Caps Novo Mundo, que passou a ser ocupado por profissionais do Distrito Sanitário Leste, sem diálogo e planejamento junto à comunidade
O Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Único de Saúde de Goiás (Sindsaúde-GO) e o Sindicato dos Trabalhadores Federais em Saúde e Previdência de Goiás e Tocantins (Sintfesp-GO/TO) promoveram nesta terça-feira (6) uma mobilização junto aos servidores do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) Novo Mundo, usuários e seus familiares.
O evento apelidado de Café com Luta tratou sobre a decisão da Prefeitura de Goiânia de alocar cerca de 80 trabalhadores do Distrito Sanitario Leste no Caps Novo Mundo, sem planejamento, diálogo, e com falta de condições e logística para a medida. Após a pressão, o Paço recuou e transferiu os profissionais para uma unidade do Conjunto Riviera.
"A gestão do prefeito Rogério Cruz não compreende o papel dos distritos sanitários, e a atuação necessária na organização e manutenção do Plano Municipal de Saúde. Infelizmente, trabalhadores do distrito tiveram que ser realocados em outra unidade, também inadequada para atender as demandas, mas a vitória foi dos usuários e trabalhadores do Caps Novo Mundo, que tiveram a desocupação das salas que antes eram utilizadas como terapia", pondera a presidenta do Sindsaúde-GO, Néia Vieira.
Ainda durante o ato, foram discutidos os problemas da Rede de Atenção Psicossocial (Raps) em Goiânia. Psicóloga e diretora do Sintfesp-GO/TO, Heloiza Massanaro apontou que a rede "está abandonada, sucateada e sob risco de ser privatizada." A dirigente também manifestou preocupação com a nomeação do psiquiatra Tiago Oliveira como novo gerente de saúde mental da Secretaria Municipal de Saúde. "Ele é totalmente contra a reforma psiquiátrica, contra a RAPS e defende o retorno dos manicômios", denunciou Heloiza.
A presidenta do Sindsaúde-GO também destacou a contrariedade à nova gerência. "Contamos com a luta e resistência contra a ocupação da gerência de saúde mental por um profissional que defende as internações e os manicômios. Queremos a garantia do cuidado em liberdade. Não à hospitalização desenfreada e não à mercantilização da saúde mental da população goianiense", ponderou.