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Manifestação em Brasília contra as privatizações do setor elétrico

Será nesta terça-feira (12), em frente ao Palácio do Planalto. Já garantiu seu lugar? Garanta sua ida pelo WhatsApp Stiueg: 62 9858 2082

Publicado: 11 Janeiro, 2016 - 11h21

Escrito por: Maisa Lima, assessora de Comunicação da CUT-GO e Assessoria de Comunicação da CUT-DF

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Nesta terça-feira (12), a Central Única dos Trabalhadores no Estado de Goiás (CUT-GO), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Movimento Camponês Popular (MCP) e outros segmentos organizados da sociedade civil realizarão uma manifestação em Brasília (DF), em frente do Palácio do Planalto, a partir das 9 horas, contra as privatizações do setor elétrico/energético nacional, com destaque para a Centrais Elétricas de Goiás (Celg D).
 
Os manifestantes tentarão entregar à presidenta Dilma Rousseff uma carta em defesa da democracia e da soberania do setor energético. O documento é assinado não só por eletricitários, mas pelo conjunto dos movimentos sindical e social, que abrange entidades como a CUT e organizações como a Frente Brasil Popular e Frente Povo Sem Medo.
 
“Estamos perplexos com essa atitude governo federal. No dia 16 de dezembro juntamos milhares de pessoas nas ruas para defender a democracia e dizer que somos contra o golpe. E no dia 28 do mesmo mês tivemos de ir à Brasília para exigir que seja enterrada de uma vez por todas a ideia de privatizar o setor elétrico”, destaca o presidente da CUT-GO, Mauro Rubem de Menezes Jonas.
 
Em manifesto publicado na segunda-feira (4), assinado por 35 entidades do movimento sindical de vários Estados brasileiros, foi afirmado que “os trabalhadores não podem aceitar que o governo Dilma, na tentativa de agradar o ‘mercado’, tente impor aos trabalhadores (as) e à sociedade brasileira uma agenda conservadora, com a retomada da privatização de alguns setores, como é o caso do setor elétrico”.
 
Segundo o dirigente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas do Estado de Goiás (Stiueg), que representa os eletricitários, Heliomar Palhares Pedrosa, “a energia elétrica está sendo tratada como mercadoria. Logo, o objetivo é o lucro. No nosso modelo, a energia elétrica deve ser completamente estatizada e ter como objetivo não o lucro, mas a promoção do desenvolvimento do País”.
 
Há ônibus à disposição de todos aqueles que desejam lutar para manter a Celg como patrimônio dos goianos. A saída para Brasília se dará às 8 horas, da porta do auditório da empresa. Para garantir lugar, envie seus dados pessoais para o WhatsApp do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas do Estado de Goiás (Stiueg) - 62 9858 2082.
 
O preço da privatização
A estatal Eletrobras estima que suas distribuidoras de energia elétrica que atendem Piauí, Alagoas, Acre, Rondônia, Roraima, Goiás e Amazonas precisarão de uma capitalização de R$ 3,3 bilhões em 2016 para atender metas estabelecidas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e não perder a concessão.
 
Para o presidente da CUT-GO, Mauro Rubem, “as distribuidoras de energia elétrica são rentáveis, o problema é que o lucro que deveria ser investido em melhorias para a própria empresa é usado em outros lugares”. 
 
Para o Stiu-DF, sindicato que representa os trabalhadores eletricitários do DF, a estratégia adotada pelo governo federal para solucionar o problema das distribuidoras de energia elétrica é equivocada e trará uma série de prejuízos aos trabalhadores e ao Brasil. “As distribuidoras de energia elétrica do sistema Eletrobras são fundamentais para o desenvolvimento regional. Se forem entregues à iniciativa privada, o resultado será o desemprego, as tarifas elevadas, o aprofundamento da terceirização, além da redução da qualidade dos serviços”, explica o dirigente Sidney Lucena. O Sindicato, filiado à CUT Brasília, também integrará o ato do dia 12.
 
Contraproposta ao modelo privatista
Como medida paliativa aos problemas instalados nas distribuidoras de energia elétrica do sistema Eletrobras, o movimento sindical aponta a criação de uma Holding de Distribuição de Energia, vinculada diretamente ao Ministério de Minas e Energia. A proposta é explicitada no manifesto lançado por entidades do movimento sindical na segunda-feira (4).
 
Holding é uma sociedade gestora de participações sociais que administra conglomerados de um determinado grupo. “Com essa Holding de Distribuição de Energia seria possível unificar todas as distribuidoras de energia elétrica do sistema Eletrobras, com a possibilidade de melhor fiscalização de recursos. Além disso, se uma distribuidora lucra e outra tem déficit, seria possível organizar a verba para balancear os caixas”, explica o presidente da CUT de Goiás, Mauro Rubem.
 
No segmento de distribuição, segundo a própria Eletrobras, a estatal cobre uma área correspondente a 31% do território brasileiro, distribuindo energia elétrica a mais de 6,6 milhões de consumidores. Atualmente, participam do sistema Eletrobras a Companhia Energética do Piaui (Cepisa), a Companhia Energética de Alagoas (Ceal), a Companhia de Eletricidade do Acre (Eletroacre), as Centrais Elétricas de Rondônia S.A (Ceron), a Boa Vista Energia S.A e a Amazonas Distribuidora de Energia S.A., além da Celg, de Goiás.
 
Dinheiro público no bolso de empresários
 
Com a privatização da Celg, aprovada no dia 28 de dezembro, a Eletrobras – que é dona de 51% das ações da distribuidora de energia elétrica de Goiás – poderá vender os ativos da empresa por meio de leilão, que será promovido pela BM&FBovespa e deve acontecer no final de janeiro de 2016. Em junho deste ano, a Assembleia Legislativa de Goiás já havia autorizado a venda dos outros 49% das ações da empresa, que são do Estado goiano.
 
A parte da Eletrobras na Celg foi fixada em R$ 1,403 bilhão e o preço mínimo total da empresa ficará em R$ 2,750 bilhões. O valor definido ficou bem abaixo dos R$ 6 bilhões estimados quando iniciaram as especulações sobre o processo de privatização da empresa. Em audiência sobre o tema das privatizações das distribuidoras de energia, representante dos trabalhadores da Celg afirmou que o seu faturamento anual é de mais de R$ 8 bi.