Escrito por: Maísa Lima
Desafio agora é definir estratégias de luta frente a um governo que desqualifica a Reforma Agrária
Cerca de 600 famílias ligadas à Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar de Goiás (Fetraf-GO), distribuídas entre municípios como Niquelândia, Itapirapuã, Bom Jardim, Jaupaci, Piranhas, Fazenda Nova, Doverlândia e Caiapônia aguardam em acampamentos um posicionamento do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para que finalmente sejam assentadas e possam trabalhar a terra.
Esse objetivo, no entanto, está cada vez mais difícil de ser alcançado, ante o desmonte das políticas públicas agrárias e o crescimento vertiginoso da violência no campo. Para debater as estratégias que serão tomadas diante dessa conjuntura, líderes dos acampados estão reunidos em Goiânia (GO) desde terça-feira (19) e o encontro se prorroga até amanhã (21).
Considerando as condições precárias das famílias acampadas, muitas vezes sem água potável, energia elétrica ou espaço para pequenos cultivos – tampouco trabalho em locais próximos ou escola para as crianças - e, em muitos locais, sob ameaça permanente de despejo, não dá para ficar esperando eternamente a boa vontade do governo. "Nossa luta pela terra não vai parar ante a falta de sensibilidade do governo federal", adianta Antônio Chagas, um dos coordenadores da Fetraf em Goiás.