Luiz Marinho debate fim da escala 6x1 com centrais sindicais
O Ministro do Trabalho e Emprego do governo federal, Luiz Marinho, foi recepcionado pela CUT Goiás, seus sindicatos e outras centrais para debater sobre o fim da jornada de trabalho 6x1
Publicado: 08 Julho, 2025 - 11h38 | Última modificação: 08 Julho, 2025 - 12h27
Escrito por: Juliano Cavalcante

Na noite de quinta-feira, 03, a CUT Goiás junto aos seus sindicatos filiados e outras centrais, representando o movimento progressista no estado, receberam no auditório da ADUFG-Sindicato, o Ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, para debater o fim da escala 6x1, uma das responsáveis pela ruína da classe trabalhadora que se esgota diariamente em jornadas de trabalho exaustivas sem a devida valorização salarial.
Grande parte dos empregados no país mal tem acesso aos seus direitos básicos, como uma carteira de trabalho assinada. A falta de tempo para o autocuidado, lazer com familiares e amigos, engrandecimento pessoal, e o mais importante, o descanso, ocasiona inúmeras doenças de caráter físico e psíquico para toda a classe.
Representando a diretoria da CUT, o secretário de administração e finanças, Napoleão Batista, reiterou em um momento de intervenção, a importância dos trabalhadores como base da economia do país.
“O que é para a classe trabalhadora e para o povo viver melhor, a CUT defende. O que está em jogo é a luta contra esse histórico de escravidão da classe trabalhadora no Brasil. Os representantes sindicais presentes nesse auditório sabem que não foi fácil trazermos o governo do povo de volta ao poder, nós estivemos nas ruas dizendo: Fora Bolsonaro! Pois aquele governo representou por muito tempo a destruição e a tentativa de recolonização do nosso país. Agora com a administração do Lula, sabemos o que está acontecendo e temos que nos juntar cada vez mais para que aqueles que produzem a verdadeira riqueza sejam valorizados, respeitados e tenham direitos. Lutar contra a escala 6x1, é lutar a favor de todo trabalhador e trabalhadora, é lutar a favor do Brasil” diz.
Durante sua fala, Luiz Marinho destacou que para a economia seguir crescendo é preciso intensificar a geração de empregos por todo o país, guiado pela luta de melhores condições para a classe. Tal luta somente será efetiva através da mobilização popular concentrada e ativa nas pautas essenciais.
“A economia brasileira se sustenta no trabalho, na relação do trabalho. Não existe apenas a “sindicatofobia”, tem a “CLTfobia”, estabelecida pelas falsas narrativas. Nós precisamos aprender com a militância da extrema direita, porque eles produzem as narrativas como um cachorro louco que late e todos saem latindo juntos. Não queremos cachorro louco, mas uma militância consciente, mobilizada para as nossas bandeiras. É preciso aprender quais as narrativas que nós vamos disputar, e disputar. Outra versão contra a CLT e os sindicatos é: a juventude não quer nada com a vida, não quer trabalhar. Em maio o CAGED divulgou quase 149 mil empregados, com mais de 80% dos jovens de 18 até 24 anos ocupando novos postos de trabalho, contrapondo essa narrativa com a verdade, percebem? Temos que disputar isso. A nossa militância precisa estar engajada e disputando narrativas”, aclama.
Ainda sobre a jornada, Marinho diz que ela só pode ser reestruturada através da solidariedade.
“A jornada 6x1 é a mais cruel existente na face da terra, em especial para as mulheres. Porque infelizmente a nossa sociedade é desigual, os nossos companheiros não partilham na proporção que seria natural com a sua companheira, que é a divisão de tarefas. Nós precisamos de mais solidariedade, mais companheirismo para pensarmos em uma sociedade igualitária. Não é só uma lei que resolve, por exemplo: nós aprovamos a lei da igualdade salarial, ela garante automaticamente? É preciso que os sindicatos partilhem isso, levem o debate para sua convenção coletiva, seu acordo coletivo. Nós precisamos aproveitar o momento em que estamos com quase pleno emprego para fazermos uma mobilização dentro das empresas privadas. Estamos gerando emprego e o patrão falando que não tem mão de obra, é hora de umas greves por piso salarial pessoal”, reitera.
Durante o evento, os participantes também puderam votar para o Plebiscito Popular, que teve início no primeiro dia do mês de julho e irá até setembro, buscando votos a favor do fim da jornada e a taxação dos super-ricos para viabilizar a isenção do imposto de renda até R$ 5 mil e redução dos valores até R$ 7 mil.
“O que nós queremos é pautar o debate para os bilionários, esses não pagam e precisam pagar. Para dar isenção até R$ 5 mil ou acima disso tem que cobrar dos de cima, caso contrário não tem orçamento. Qual a razão para o Bolsonaro zerar o IOF? Para ferrar o governo do Lula. Estamos levando para 3,5% para compensar receitas que o congresso prometeu e não deu ao Haddad. O congresso está aumentando despesa e querendo bloquear a receita. O que esse povo do congresso está disputando conosco? Está disputando o governo. Eles querem que não tenhamos recurso para fazer o que precisamos fazer, como bancar os nossos programas sociais”, explica.