Grito dos Excluídos: milhares vão às ruas para questionar "Independência para quem?"
Sob o lema "Brasil: 200 anos de (In)dependência. Para quem?", o 28º Grito em Goiás será realizado a partir das 9h na Praça José Bonifácio, no Bairro Independência Mansões, em Aparecida de Goiânia.
Publicado: 06 Setembro, 2022 - 13h28 | Última modificação: 06 Setembro, 2022 - 13h34
Escrito por: Gabriella Braga
O Grito dos Excluídos e das Excluídas é promovido tradicionalmente no dia 7 de setembro - Dia da Independência - por todo o Brasil. Entidades sindicais, entre elas a CUT, e os movimentos sociais, populares e eclesiais se unem para organizar o ato político, que ocorre desde 1995, como forma de voltar os olhares para a crise social, ambiental, sanitária, humanitária, política e econômica que assola o nosso país e impacta diretamente na vida dos brasileiros e brasileiras, especialmente a população mais pobre e vulnerável.
Neste ano, sob o lema "Brasil: 200 anos de (In)dependência. Para quem?", o 28º Grito em Goiás será realizado a partir das 9h na Praça José Bonifácio, no Bairro Independência Mansões, em Aparecida de Goiânia. De lá, a mobilização seguirá em caminhada até a ocupação Beira da Mata, ainda no Bairro Independência Mansões, onde será realizado o ato político de escuta da comunidade e leitura do manifesto. A manifestação é organizada pelo Fórum Goiano em Defesa dos Direitos, Democracia e Soberania, com o apoio da Arquidiocese de Goiânia.
A data escolhida para o Grito dos/as Excluídos/as tem como objetivo fazer um contraponto ao "Grito do Ipiranga" e mostrar que, mesmo diante da Independência do Brasil, milhares de brasileiros e brasileiras ainda não possuem direitos básicos de cidadania, como alimentação e moradia digna.
Nos últimos anos, a fome aumentou no Brasil. Hoje, mais da metade da população vive em algum grau de insegurança alimentar - leve, moderado ou grave -, o que equivale a 125 milhões de pessoas sem conseguir fazer ao menos três refeições por dia. Entre elas, 33 milhões estão em situação de fome, ou seja, pessoas que não tem o que comer. Os dados fazem parte do Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil.
Diante dos inúmeros retrocessos nas políticas sociais do país, a classe trabalhadora e todos/as aqueles/as excluídos/as do centro de discussão política na maioria dos governos ao longo desses 200 anos vão ocupar as ruas para gritar, em alto e bom som, "independência para quem?". Por direitos humanos, inclusão social e políticas públicas que garantam dignidade, segurança, saúde e educação às populações mais vulneráveis, vamos juntos e juntas na luta!