Fiocruz quer saber realidade dos trabalhadores "invisíveis" da Saúde
Mais de 1,5 mil já morreram na pandemia e pesquisa quer saber as condições de trabalho de mais de 60 ocupações na Saúde, como maqueiros, técnicos de laboratório e pessoal da limpeza
Publicado: 24 Fevereiro, 2021 - 17h43 | Última modificação: 24 Fevereiro, 2021 - 18h07
Escrito por: Maísa Lima
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) está realizando uma pesquisa inédita e muito importante: Os trabalhadores invisíveis da Saúde: condições de trabalho e saúde mental no contexto da Covid 19 no Brasil.
Atento às dificuldades e necessidades dos servidores da Saúde, o Sindicato dos Trabalhadores Federais em Saúde e Previdência dos Estados de Goiás e Tocantins (Sintfesp – GO/TO) realizou na tarde desta quarta-feira (24) uma live para divulgar a iniciativa.
A socióloga e pesquisadora da Fiocruz Maria Helena Machado explicou aos internautas que acompanharam a live – retransmitida pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social (CNTSS), Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação das Instituições Federais de Ensino Superior do Estado de Goiás (Sint-Ifes), Sindicato dos Trabalhadores no Sistema Único de Saúde no Estado de Goiás (Sindsaúde-GO) e Rádio Trabalhador – a importância de dar visibilidade a um enorme leque de profissionais que, embora à frente do combate contra a pandemia, não são lembrados, às vezes, nem mesmo pela equipe de saúde.
Óbitos
“No Brasil, mais de um 1,5 milhão de trabalhadores de nível técnico/auxiliar da Saúde enfrentam diariamente não só milhares de novos casos e centenas de óbitos relacionados à Covid-19 nos hospitais e unidades de saúde, mas também encaram um cotidiano anônimo e, por vezes, de “invisibilidade” diante da própria equipe, suas instituições e a sociedade em geral”, pontuou Maria Helena.
A pesquisadora salientou que embora executem serviços de extrema importância, pouco se sabe qual é o perfil e a real situação de trabalhadores técnicos, auxiliares e de apoio das equipes de Saúde. O que salta aos olhos é que cerca de 1,5 mil profissionais da área já morreram em funcão d pandemia.
A pesquisa considera trabalhadores invisíveis da Saúde os técnicos e auxiliares de enfermagem, de Raio X, de análise laboratorial, de farmácia, maqueiros, motoristas de ambulância, recepcionistas, pessoal de segurança, limpeza e conservação e agentes comunitários de saúde.
O objetivo da pesquisa é analisar as condições de vida, o cotidiano do trabalho e a saúde mental dessa força de trabalho buscando as alterações a que tiveram que se submeter emergencialmente durante a pandemia.
Para participar desse levantamento tão importante, o/a trabalhador/a deve acessar o portal da Fiocruz - portal.fiocruz.br/ - e responder. É apenas uma página. Em poucos minutos você, que pertence a uma das categorias pesquisadas, poderá dar sua contribuição a esse levantamento que tem a credibilidade da Fiocruz e será fundamental para mostrar o que vem acontecendo entre os trabalhadores “invisíveis” e imprescindíveis da Saúde.
Eis o link da pesquisa: www.ensp.fiocruz.br