Escrito por: Gabriella Braga
Documento destacou a grave insegurança contra profissionais de imprensa, destacando 45 casos de ataques entre os dias 8 e 11 de janeiro, e será entregue à Secom e Ministério da Justiça e Segurança Pública
Entidades representativas de jornalistas produziram um dossiê com detalhes da grave insegurança para cobertura jornalística no Brasil, impulsionada pelos atos golpistas ocorridos após o período eleitoral. O documento, que destaca 45 casos de ataques a profissionais da imprensa entre os dias 8 e 11 de janeiro, será entregue ao governo federal nesta quarta-feira (8), junto com propostas para garantir a segurança dos/as profissionais da categoria.
Em quatro dias, as organizações que produziram o documento — entre elas a Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj), entidade filiada à CUT — registraram 45 casos agressão física, ameaças, confisco de material de trabalho, roubos e ofensas na tentativa de impedir que os fatos fossem registrados e transmitidos pela imprensa.
A pesquisa contrasta com outro levantamento feito pela Fenaj e pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), que mostra que, desde o fim das eleições, no dia 30 de outubro de 2022, foram registrados mais de 100 casos diretamente ligados à cobertura do movimento de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro em quartéis e bloqueio de rodovias.
As propostas de medidas que visam garantir a segurança dos/as profissionais de imprensa em todo o Brasil serão encaminhados à Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) e ao Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP). As organizações cobram a garantia de segurança a jornalistas e veículos da imprensa na cobertura de quaisquer manifestações públicas; criação de espaços seguros para que profissionais vítimas de agressões possam prestar depoimento; investigações céleres e a responsabilização de agressores/as; condenação pública de atos de violência contra o setor; e que autoridades públicas se abstenham de proferir discursos ofensivos contra profissionais ou veículos de imprensa.
Outro ponto destacado é a implementação efetiva do Observatório da Violência contra Jornalistas, atuando em articulação com entidades representativas da categoria, para recebimento e acompanhamento de casos, integração com as políticas de proteção e elaboração de estatísticas para auxiliar na elaboração de políticas públicas.
No dia 17 de janeiro, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, anunciou a criação do observatório, após solicitação feita por entidades sindicais. A primeira reunião do grupo ocorre nesta quarta-feira (8), na sede do MJSP, em Brasília.
*Informações Fenaj