Enfermeiros trabalham até três jornadas seguidas e não têm local de descanso
Audiência pública debate o problema nesta terça-feira (26) no Conselho Regional de Enfermagem
Publicado: 26 Junho, 2018 - 13h35 | Última modificação: 26 Junho, 2018 - 13h57
Escrito por: Maísa Lima
Um espaço adequado para o descanso dos profissionais da enfermagem. Essa é a luta do Conselho Regional de Enfermagem de Goiás (Coren-GO), do Sindicato dos Enfermeiros do Estado de Goiás (Sieg) e do Sindicato de Enfermagem do Estado de Goiás (Sienf-GO). Tanto assim que realizam uma audiência pública sobre o tema nesta terça-feira (26), às 14h30, no auditório do Coren (Rua 38, nº 645, Setor Marista, Goiânia).
A questão foi abordada pelo programa Antena Ligada da Rádio Trabalhador (www.radiotrabalhador.com.br) nesta terça-feira, que entrevistou Ivete Santos Barreto, presidenta do Coren-GO, e Wesley Franco, vice-presidente do Sieg. "Os médicos têm mais poder de fogo que a nossa categoria porque normalmente eles também são os donos dos hospitais, os empresários. Mas nossa luta por melhores condições de trabalho equivale a preservar a qualidade do atendimento ao paciente", pontua Ivete.
Wesley salienta que é comum encontrar enfermeiros(as) com três jornadas de trabalho e cuidando de muito mais gente do que seria humanamente aceitável. "Daí o adoecimento laboral estar cada vez mais recorrente. Os donos de hospitais só pensam no lucro e deveriam atentar para essa questão", denuncia.
Um enfermeiro recebe hoje R$ 2.813,00 por 44 horas semanais de trabalho e há 18 anos a categoria vem tentando aprovar no Congresso Nacional um projeto de lei que reduz a jornada para 30 horas semanais. "Esbarramos sempre no lobby dos hospitais. O que existe hoje é a espoliação de uma força de trabalho que sustenta todo o atendimento do serviço de saúde", critica Ivete.
Para o Coren e o Sieg, a terceirização das unidades de saúde da rede estadual para Organizações Sociais (OSs) piorou ainda mais esse cenário, visto que agora não são realizados concursos públicos para a carreirae não há profissionais suficientes. "A gestão deve ser feita pelo Sistema Único de Saúde (SUS). com pessoal devidamente qualificado para exercer essa função", defendem