Em greve, administrativos da educação são substituídos por servidores da Comurg
Nesta segunda-feira (2), Prefeitura de Goiânia realocou servidores de companhia voltada à limpeza urbana para fazer serviços de limpeza e preparo de merendas nas unidades de ensino da capital
Publicado: 03 Outubro, 2023 - 09h57 | Última modificação: 03 Outubro, 2023 - 10h11
Escrito por: Gabriella Braga

No primeiro dia da greve dos administrativos e administrativas da rede municipal de educação de Goiânia, nesta segunda-feira (2), a prefeitura colocou servidores da Companhia Municipal de Urbanização de Goiânia (Comurg) para fazer os serviços de limpeza e preparo de alimentos nas unidades de ensino.
A greve foi deflagrada na última terça-feira (26), durante assembleia chamada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego). Antes de definir pelo início da paralisação, a entidade tentou mais uma rodada de negociação junto ao Paço Municipal, mas não foram apresentadas propostas concretas.
Com isso, na sexta-feira (29), a categoria deliberou pelo início da greve nesta segunda. O movimento reivindica o pagamento da data-base 2023, um novo plano de carreira aos administrativos e administrativas da educação, e a equiparação do auxílio locomoção.
Para a entidade, a prefeitura tem ferido o direito à greve alocando profissionais sem formação específica para atuar nas unidades de ensino. Vale destacar que a Comurg é uma empresa pública de capital misto, tendo o Paço como sócio majoritário. No entanto, as prestações de serviços são feitas por meio de contratos, e não há a previsão destes serviços.
"É inadmissível a prefeitura chamar o pessoal da Comurg para fazer higienização de crianças, dar banho, alimentação, eles não são preparados para isso. Estamos tomando medidas para que pessoas 'estranhas' e 'alheias' possam entrar para dentro dos Cmeis para zelar e cuidar das crianças", disse a presidenta do Sintego e diretora da CUT-GO, Bia de Lima.
A dirigente destaca ainda que tem buscado as negociações junto ao Paço, mas não houveram acordos. "O que a prefeitura precisa fazer com rapidez são as contas para garantir aquilo que é de direito do pessoal da educação. E estavámos trabalhando para que fosse resolvido antes mesmo da greve. Está nas mãos da secretaria de educaçaõ e do prefeito a solução dos problemas", apontou.
Ludmylla Morais, secretária Geral do Sintego e de Comunicação da CUT-GO, abordou em entrevista à TBC que o sindicato está tomando as medidas cabíveis contra a determinação da prefeitura. "Não vamos aceitar mecanismos de pressão por parte do município para poder tirar gente da Comurg para colocar dentro das escolas. O prefeito, o secretário de educação, tem que estar preocupado em fazer proposta, e não deslocar profissionais de outras atribuições para fazer o trabalho dos administrativos", pontuou.
Uma nova rodada de negociação junto ao Paço é esperada para esta terça-feira (3). Isso porque, nesta quarta-feira (4), será realizada uma nova assembleia com os administrativos e administrativas da educação para avaliar o movimento grevista e, caso haja uma nova proposta, apresentar à categoria.