Escrito por: Renato Costa

DIEESE e CUT Brasil apresentam boas expectativas para a economia brasileira

A CUT Goiás celebra o aumento do poder de compra das famílias rumo ao desenvolvimento soberano do BrasilCom informações do Sistema de Contas Nacionais – IBGE, a partir da Subseção DIEESE/CUT Brasil

Os números apresentados  na última semana pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) apontam para um ótimo crescimento de 4% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no 3º trimestre em comparação com o mesmo período de 2023. 

 

De abril a junho de 2024, o Brasil já havia crescido acima da média dos países mais desenvolvidos do mundo. Enquanto os países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) cresceram 0,4%, o Brasil cresceu 0,9%.

 

O crescimento do PIB brasileiro é resultado do aumento do consumo das famílias e do investimento industrial alavancado por políticas públicas do governo Lula como o novo Projeto de Aceleração do Crescimento (PAC) e a  Nova Indústria Brasil (NIB). Como resultado dessas políticas públicas, os serviços e a indústria de transformação tiveram destaque no aquecimento da economia, indicando o fortalecimento do mercado interno. 

 

O crescimento da demanda promoveu a necessidade de uma recomposição de estoques, especialmente nos segmentos da metalurgia, eletroeletrônicos, móveis e vestuário. Dada a proximidade com as festas de fim de ano, que devem ser mais rentáveis que em 2023, o comércio sazonal também puxou o PIB do trimestre para cima.

 

Houve retração na agropecuária, principalmente na venda de milho, cana e cítricos, com perda de produção e de produtividade. O mercado de trigo apresentou alta, o que não foi suficiente para compensar a retração do setor. A indústria de transformação, por sua vez, crescerá acima do PIB, se mantida a atual tendência. 

 

O consumo da população de bens duráveis e semiduráveis explica a retomada do comércio, ainda que abaixo do PIB no acumulado dos últimos 12 meses. Hipermercados, perfumaria e fármacos são os principais aportes do comércio na alta da economia. A alta da demanda eleva também o investimento em bens de capital. 

 

A indústria extrativista, especialmente a petrolífera, teve desempenho discreto, o que indica uma menor dependência da economia brasileira a determinantes externos. 

 

A construção civil desacelerou no trimestre, porém, no acumulado, 2024 deverá superar em muito a 2023. Os serviços fizeram grande contribuição ao crescimento do PIB, segundo o DIEESE, isso aponta para o aumento sustentável da demanda, dado que o setor é altamente sensível ao consumo de famílias e empresas. Destacam-se aí os serviços de informação e de intermediação financeira.

 

“A composição de crescimento do PIB baseado no mercado interno e nos investimentos é a melhor possível. Investimentos públicos e direcionamento de crédito, especialmente ao setor industrial (como na NIB) seriam ótimos instrumentos para maximizar a melhora do consumo com expansão da capacidade produtiva” (DIEESE/CUT)

 

O aumento do consumo das famílias, explica-se pela melhora do mercado de trabalho e aumento da renda da população. A percepção de melhora no estado da economia reflete no aumento de investimentos, produção e importação de veículos pesados, máquinas e equipamentos. 

 

Os investimentos industriais capazes de oferecer novos produtos e serviços, sustentados por uma demanda interna, são o antídoto para a política monetária de altíssima taxa de juros, a segunda mais alta do mundo, imposta pelo Banco Central (BC) “independente”. O problema é que a alta taxa de juros encarece tais investimentos. 

 

Mesmo com toda a sabotagem do BC “independente”, segundo a OCDE, em 2023 o Brasil foi o segundo maior receptor de Investimento Estrangeiro Direto (IED) do mundo, tendo atraído 64$ bilhões de dólares. O mercado financeiro faz a propaganda da austeridade fiscal a todo custo, usando o espantalho da inflação, que tem sido mantida próximo à meta, em 4,76%.

 

Para evitar o confronto com o mercado, o governo é levado a cumprir a meta fiscal de déficit zero com uma tolerância de 0,25% do PIB. 

 

Apesar de toda a boa vontade de Lula com o empresariado, os rentistas e especuladores não se contentam com o crescimento econômico e apelam para a sabotagem da economia nacional brasileira. A excessiva oscilação da taxa de câmbio nas últimas semanas, diante da qual o BC se mostrou omisso ao não ofertar suficientes reservas para estabilizar o Real, pode gerar pressões inflacionárias, o que serve ao BC para justificar sua política de juros altos. 

 

Uma tabela apresentada pelo DIEESE demonstra que a contenção de gastos do setor público é uma trava para o crescimento da economia: a taxa de crescimento do consumo do governo está abaixo da taxa de crescimento do PIB. 

Sistema de Constas Nacionais (IBGE)                        

 

Uma outra publicação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) revelou que o Brasil atingiu o menor nível de pobreza e pobreza extrema desde 2012 (PNAD Contínua). Entretanto, as políticas de austeridade do BC podem interromper este ciclo virtuoso e impedir avanços maiores.

 

Os benefícios são observados sobretudo no mercado de trabalho: baixa desocupação; aumento da renda e da massa salarial; aumento de empregos formais e 80% das negociações salariais com ganho real ao longo de 2024. O crescimento econômico se beneficia do mercado de trabalho aquecido e o beneficia na medida em que investe no mercado interno e abre novos postos de trabalho. 

 

Precisamos lutar contra os efeitos nefastos da contrarreforma trabalhista de 2017 e da pandemia. Para isso, é preciso levar adiante um projeto de desenvolvimento sustentável e inclusivo, que seja capaz de erradicar a pobreza, dinamizar a economia garantindo direitos e democratizando o mundo do trabalho.

 

Basta de precarização do trabalho! Vamos pelo fim da escala 6x1! 

Por um mercado de trabalho que traga bem-estar e prosperidade!