MENU

DIEESE e CUT Brasil apresentam boas expectativas para a economia brasileira

A CUT Goiás celebra o aumento do poder de compra das famílias rumo ao desenvolvimento soberano do BrasilCom informações do Sistema de Contas Nacionais – IBGE, a partir da Subseção DIEESE/CUT Brasil

Publicado: 09 Dezembro, 2024 - 15h44 | Última modificação: 10 Dezembro, 2024 - 10h57

Escrito por: Renato Costa

notice

Os números apresentados  na última semana pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) apontam para um ótimo crescimento de 4% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no 3º trimestre em comparação com o mesmo período de 2023. 

 

De abril a junho de 2024, o Brasil já havia crescido acima da média dos países mais desenvolvidos do mundo. Enquanto os países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) cresceram 0,4%, o Brasil cresceu 0,9%.

 

O crescimento do PIB brasileiro é resultado do aumento do consumo das famílias e do investimento industrial alavancado por políticas públicas do governo Lula como o novo Projeto de Aceleração do Crescimento (PAC) e a  Nova Indústria Brasil (NIB). Como resultado dessas políticas públicas, os serviços e a indústria de transformação tiveram destaque no aquecimento da economia, indicando o fortalecimento do mercado interno. 

 

O crescimento da demanda promoveu a necessidade de uma recomposição de estoques, especialmente nos segmentos da metalurgia, eletroeletrônicos, móveis e vestuário. Dada a proximidade com as festas de fim de ano, que devem ser mais rentáveis que em 2023, o comércio sazonal também puxou o PIB do trimestre para cima.

 

Houve retração na agropecuária, principalmente na venda de milho, cana e cítricos, com perda de produção e de produtividade. O mercado de trigo apresentou alta, o que não foi suficiente para compensar a retração do setor. A indústria de transformação, por sua vez, crescerá acima do PIB, se mantida a atual tendência. 

 

O consumo da população de bens duráveis e semiduráveis explica a retomada do comércio, ainda que abaixo do PIB no acumulado dos últimos 12 meses. Hipermercados, perfumaria e fármacos são os principais aportes do comércio na alta da economia. A alta da demanda eleva também o investimento em bens de capital. 

 

A indústria extrativista, especialmente a petrolífera, teve desempenho discreto, o que indica uma menor dependência da economia brasileira a determinantes externos. 

 

A construção civil desacelerou no trimestre, porém, no acumulado, 2024 deverá superar em muito a 2023. Os serviços fizeram grande contribuição ao crescimento do PIB, segundo o DIEESE, isso aponta para o aumento sustentável da demanda, dado que o setor é altamente sensível ao consumo de famílias e empresas. Destacam-se aí os serviços de informação e de intermediação financeira.

 

“A composição de crescimento do PIB baseado no mercado interno e nos investimentos é a melhor possível. Investimentos públicos e direcionamento de crédito, especialmente ao setor industrial (como na NIB) seriam ótimos instrumentos para maximizar a melhora do consumo com expansão da capacidade produtiva” (DIEESE/CUT)

 

O aumento do consumo das famílias, explica-se pela melhora do mercado de trabalho e aumento da renda da população. A percepção de melhora no estado da economia reflete no aumento de investimentos, produção e importação de veículos pesados, máquinas e equipamentos. 

 

Os investimentos industriais capazes de oferecer novos produtos e serviços, sustentados por uma demanda interna, são o antídoto para a política monetária de altíssima taxa de juros, a segunda mais alta do mundo, imposta pelo Banco Central (BC) “independente”. O problema é que a alta taxa de juros encarece tais investimentos. 

 

Mesmo com toda a sabotagem do BC “independente”, segundo a OCDE, em 2023 o Brasil foi o segundo maior receptor de Investimento Estrangeiro Direto (IED) do mundo, tendo atraído 64$ bilhões de dólares. O mercado financeiro faz a propaganda da austeridade fiscal a todo custo, usando o espantalho da inflação, que tem sido mantida próximo à meta, em 4,76%.

 

Para evitar o confronto com o mercado, o governo é levado a cumprir a meta fiscal de déficit zero com uma tolerância de 0,25% do PIB. 

 

Apesar de toda a boa vontade de Lula com o empresariado, os rentistas e especuladores não se contentam com o crescimento econômico e apelam para a sabotagem da economia nacional brasileira. A excessiva oscilação da taxa de câmbio nas últimas semanas, diante da qual o BC se mostrou omisso ao não ofertar suficientes reservas para estabilizar o Real, pode gerar pressões inflacionárias, o que serve ao BC para justificar sua política de juros altos. 

 

Uma tabela apresentada pelo DIEESE demonstra que a contenção de gastos do setor público é uma trava para o crescimento da economia: a taxa de crescimento do consumo do governo está abaixo da taxa de crescimento do PIB. 

Sistema de Constas Nacionais (IBGE)Sistema de Constas Nacionais (IBGE)                        

 

Uma outra publicação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) revelou que o Brasil atingiu o menor nível de pobreza e pobreza extrema desde 2012 (PNAD Contínua). Entretanto, as políticas de austeridade do BC podem interromper este ciclo virtuoso e impedir avanços maiores.

 

Os benefícios são observados sobretudo no mercado de trabalho: baixa desocupação; aumento da renda e da massa salarial; aumento de empregos formais e 80% das negociações salariais com ganho real ao longo de 2024. O crescimento econômico se beneficia do mercado de trabalho aquecido e o beneficia na medida em que investe no mercado interno e abre novos postos de trabalho. 

 

Precisamos lutar contra os efeitos nefastos da contrarreforma trabalhista de 2017 e da pandemia. Para isso, é preciso levar adiante um projeto de desenvolvimento sustentável e inclusivo, que seja capaz de erradicar a pobreza, dinamizar a economia garantindo direitos e democratizando o mundo do trabalho.

 

Basta de precarização do trabalho! Vamos pelo fim da escala 6x1! 

Por um mercado de trabalho que traga bem-estar e prosperidade!