Escrito por: Maísa Lima

Dia da Previdência é lembrado em Goiânia com palestra do Dieese

Economista questiona intenção do governo federal de entregar gestão da aposentadoria para iniciativa privada

Cláudio Marques
Leila Brito fala aos usuários do INSS

Nesta quinta-feira, 24 de janeiro, comemora-se o Dia da Previdência Social e o Dia do Aposentado. Ao completar 96 anos, a Previdência está sob ataque desde o golpe de 2016 e o presidente Jair Bolsonaro (PSL) acena com uma reforma que pode acabar com a aposentadoria do povo brasileiro.

Para falar sobre a história da Previdência Social e a reforma pretendida pelo governo federal, o Sindicato dos Trabalhadores Federais em Saúde e Previdência nos Estados de Goiás e Tocantins (Sintfesp) esteve na manhã desta quinta-feira na agência do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) do Setor dos Afonsos, em Aparecida de Goiânia, dialogando com trabalhadores e usuários.

No panfleto que o Sintfesp distribuiu constam várias informações importantes, como o fato da Previdência se constituir hoje no principal programa de redistribuição de renda da América Latina, protegendo 32 milhões de pessoas com o pagamento mensal de benefícios como aposentadoria, pensão e auxílio doença.


Déficit, que déficit?
Tanto o governo federal quanto a mídia tradicional alardeiam um suposto déficit nas contas da Previdência Social. Entretanto, os números consolidados pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado comprovaram que a Previdência, pelo contrário, é superavitária. Entre 2000 e 2015, o superávit foi de R$ 821,7 bilhões.

E olha que o governo continua sendo pródigo em perdoar dívidas e omisso no combate à sonegação. As empresas privadas devem R$ 450 bilhões à Previdência. Mas ao invés de cobrar essa dívida e de taxar as grandes fortunas e os latifúndios improdutivos, como determina a Constituição, prefere atacar os direitos da classe trabalhadora.


Capitalização
Na palestra que fez na manhã desta quinta-feira na agência do INSS de Aparecida de Goiânia, a coordenadora técnica do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em Goiás, Leila Brito, deixou claro que o governo pretende mudar o regime da previdência, entregando sua gestão à iniciativa privada.

“Pelo sistema de capitalização pretendido por Bolsonaro e seu ministro da Economia Paulo Guedes, as pessoas vão ter de pagar para quem está aposentado e vão ter que financiar a própria aposentadoria. O risco é termos uma conta impagável e não ter aposentadoria nenhuma”, declarou Leila, que é economista.


Resistência
A Central Única dos Trabalhadores (CUT) e as demais centrais sindicais estão se mobilizando para a luta pela aposentadoria. No próximo dia 20 de fevereiro vão realizar uma Plenária Unitária das Centrais em Defesa da Previdência e contra o Fim da Aposentadoria.

Essa plenária será precedida de plenárias estaduais e assembleias de sindicatos para construir a mobilização, decidir formas de luta, greves e paralisações para enfrentar as propostas do governo; alertar os trabalhadores e as trabalhadoras sobre a nefasta proposta de reforma da Previdência e ataques à aposentadoria.