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Dia da Previdência é lembrado em Goiânia com palestra do Dieese

Economista questiona intenção do governo federal de entregar gestão da aposentadoria para iniciativa privada

Publicado: 24 Janeiro, 2019 - 10h55

Escrito por: Maísa Lima

Cláudio Marques
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Leila Brito fala aos usuários do INSS

Nesta quinta-feira, 24 de janeiro, comemora-se o Dia da Previdência Social e o Dia do Aposentado. Ao completar 96 anos, a Previdência está sob ataque desde o golpe de 2016 e o presidente Jair Bolsonaro (PSL) acena com uma reforma que pode acabar com a aposentadoria do povo brasileiro.

Para falar sobre a história da Previdência Social e a reforma pretendida pelo governo federal, o Sindicato dos Trabalhadores Federais em Saúde e Previdência nos Estados de Goiás e Tocantins (Sintfesp) esteve na manhã desta quinta-feira na agência do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) do Setor dos Afonsos, em Aparecida de Goiânia, dialogando com trabalhadores e usuários.

No panfleto que o Sintfesp distribuiu constam várias informações importantes, como o fato da Previdência se constituir hoje no principal programa de redistribuição de renda da América Latina, protegendo 32 milhões de pessoas com o pagamento mensal de benefícios como aposentadoria, pensão e auxílio doença.


Déficit, que déficit?
Tanto o governo federal quanto a mídia tradicional alardeiam um suposto déficit nas contas da Previdência Social. Entretanto, os números consolidados pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado comprovaram que a Previdência, pelo contrário, é superavitária. Entre 2000 e 2015, o superávit foi de R$ 821,7 bilhões.

E olha que o governo continua sendo pródigo em perdoar dívidas e omisso no combate à sonegação. As empresas privadas devem R$ 450 bilhões à Previdência. Mas ao invés de cobrar essa dívida e de taxar as grandes fortunas e os latifúndios improdutivos, como determina a Constituição, prefere atacar os direitos da classe trabalhadora.


Capitalização
Na palestra que fez na manhã desta quinta-feira na agência do INSS de Aparecida de Goiânia, a coordenadora técnica do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em Goiás, Leila Brito, deixou claro que o governo pretende mudar o regime da previdência, entregando sua gestão à iniciativa privada.

“Pelo sistema de capitalização pretendido por Bolsonaro e seu ministro da Economia Paulo Guedes, as pessoas vão ter de pagar para quem está aposentado e vão ter que financiar a própria aposentadoria. O risco é termos uma conta impagável e não ter aposentadoria nenhuma”, declarou Leila, que é economista.


Resistência
A Central Única dos Trabalhadores (CUT) e as demais centrais sindicais estão se mobilizando para a luta pela aposentadoria. No próximo dia 20 de fevereiro vão realizar uma Plenária Unitária das Centrais em Defesa da Previdência e contra o Fim da Aposentadoria.

Essa plenária será precedida de plenárias estaduais e assembleias de sindicatos para construir a mobilização, decidir formas de luta, greves e paralisações para enfrentar as propostas do governo; alertar os trabalhadores e as trabalhadoras sobre a nefasta proposta de reforma da Previdência e ataques à aposentadoria.