Escrito por: Renato Costa

CUT Goiás repudia violência política contra o MST de Tremembé

Homens armados e politicamente motivados assassinaram dois agricultores e deixaram outros seis feridos: uma pessoa segue em estado grave.

Comunicação MST
Valdir Nascimento e Gleison Barbosa, vítimas da intolerância política. Foto: Reprodução.

A CUT Goiás se solidariza com as vítimas do ataque armado ao acampamento do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) em Tremembé (SP), município localizado há 140 quilômetros da capital paulista. O crime ocorreu na última sexta-feira, 10, e resultou em dois mortos e ao menos seis feridos, um deles permanece em estado grave.

Foram covardemente assassinados Valdir Nascimento, de 52 anos, e Gleison Barbosa, um jovem de 28 anos. O velório, ocorrido no último domingo, contou com a presença solidária da ministra dos Direitos Humanos e Cidadania, Macaé Evaristo, e do ministro do Desenvolvimento Social e Agrário, Paulo Teixeira. 

Douglas Mansur - Comunicação MST

O Ministério da Justiça determinou a federalização do caso e determinou que a Polícia Federal abra inquérito para apurar o caso. O presidente Lula prestou sua solidariedade ao MST diante do ocorrido e anunciou que pretende fazer uma visita ao assentamento Olga Benário, local do atentado.

O crime foi motivado pela disputa por um terreno destinado à Reforma Agrária que estava sendo negociado ilegalmente por grileiros. O número de envolvidos no ataque também indica uma estrutura de mando e vínculos econômicos que podem ter financiado o crime.

Segundo o inquérito da Polícia Civil, a  briga por um lote em particular, no qual se hasteou bandeiras do movimento, foi o estopim para que Antônio Martins dos Santos Filho, conhecido como Nero do Piseiro, articulasse o ataque. Ele teria convocado outras 30 pessoas, politicamente motivadas pelo ódio aos lutadores da Reforma Agrária. 

Antônio Filho está em prisão temporária desde o sábado, 11. Também foi preso Ítalo Rodrigues da Silva, comparsa do crime. Um outro homem foi preso no assentamento por porte ilegal de arma, mas seu envolvimento com o crime continua sendo investigado.

A CUT Goiás repudia a violência política diante da luta pelo direito à terra. Em Goiás, somos testemunhas de que o MST realiza um trabalho exemplar por meio da agricultura familiar, da formação política e da mobilização popular. 

  Foto: Carlos Mendes - MTD                                                                                                                                

Que a vida dos valentes companheiros que tombaram se torne eterna na memória dos que lutam por  justiça! Que o ocorrido possa se tornar um marco para o avanço da Reforma Agrária em nosso país!

Valdir Nascimento e Gleison Barbosa, presentes!