CUT Goiás repudia violência policial contra trabalhadores da saúde em Goiânia
Publicado: 10 Dezembro, 2024 - 10h00 | Última modificação: 10 Dezembro, 2024 - 10h07
Escrito por: Renato Costa
A Central Única dos Trabalhadores e das Trabalhadoras em Goiás (CUT/GO) se solidariza com os profissionais de saúde pública vítimas da violência policial arbitrária na Maternidade Célia Câmara, na última sexta-feira, em Goiânia. Além dos diversos funcionários coagidos, uma enfermeira e um maqueiro foram presos de forma truculenta no momento da troca de turno.
Tudo começou quando uma gestante, que não havia entrado em trabalho de parto, insistindo em ser atendida apesar de haver passado pela triagem e haver sido liberada, quis se valer de influência política e chamou um assessor de vereador. O assessor, então,passou a filmar as dependências da maternidade como forma de pressionar a equipe de saúde e chamou a polícia para intervir no protocolo médico, o que configura abuso de autoridade.
As imagens da abordagem policial que circularam nas redes sociais mostraram o grau de assédio moral por parte do Estado a que estão expostos trabalhadores e trabalhadoras da saúde em Goiânia. Usuários, políticos e policiais despreparados foram responsáveis, neste caso, por ofender a dignidade dos profissionais da saúde capacitados e experientes, apesar das dificuldades estruturais que enfrentam.
A situação é de sobrecarga de trabalho, atrasos salariais e permanente falta de insumos e de equipamentos de segurança.
Como se não bastasse, a ação da gestante, de seu marido e do assessor incitou os policiais a agirem de forma autoritária e desproporcional. A violência policial contra trabalhadores da saúde abre um grave precedente contra o servidor público goiano, fere os direitos humanos e evidencia a crise na saúde pública do município de Goiânia.
Desmoralizar e desvalorizar trabalhadores da maternidade Célia Câmera, sobrecarregados, com salários atrasados e péssimas condições de trabalho é atentar contra o serviço público de saúde, portanto, contra a população que mais precisa de atendimento.
A CUT Goiás agradece ao deputado Mauro Ruben, por haver se dirigido à delegacia e arcado com os custos da fiança exigida. É preciso, agora, seguir em busca de reparação aos danos morais e psicológicos causados aos trabalhadores.
Reconhecemos o empenho da companheira Néia Vieira, presidente do Sindsaúde, por se empenhar na defesa dos profissionais de saúde pública, por exigir rigorosa apuração do caso e a responsabilização dos envolvidos neste caso. O Sindsaúde, sindicato filiado à CUT, acompanhou todo o caso, denunciou o caso nas suas redes sociais e elaborou uma nota completa sobre o ocorrido.
Além disso, o sindicato convoca toda a categoria para um ato de protesto na frente da Corregedoria da Polícia Militar, no Setor Sul, no dia 11, quarta-feira, às 10 horas.
Serão exigidas medidas disciplinares aos policiais que agiram de forma truculenta e arbitrária contra profissionais que apenas agiam de acordo com o protocolo médico.
Trabalhadores e trabalhadoras precisam ser respeitados no exercício de suas funções!
A segurança pública não pode exceder suas atribuições, pretendendo dirigir a sociedade por meio da violência. A polícia precisa ser desmilitarizada para que episódios como este não se repitam!
A lei deve garantir a proteção da cidadania e o desenvolvimento da sociedade e não para favorecer pessoas que se julguem privilegiadas a ponto de se valer de vínculos políticos para se beneficiar de um atendimento dispensável.
A CUT Goiás defende a dignidade humana e profissional dos trabalhadores, a segurança no ambiente de trabalho e a valorização do atendimento em saúde.
Por um Sistema Único de Saúde mais justo e seguro...
Mobilize-se com a CUT Goiás!