CUT Goiás realiza Primeira Conferência Livre da Pessoa Idosa

A Coordenação Estadual dos Direitos da Pessoa Idosa da CUT Goiás realizou na última sexta-feira, 15, no auditório do Sindsaúde em Goiânia, sua Primeira Conferência Livre no estado, buscando mobilizar, divulgar e passar conhecimento sobre a política do idoso para toda comunidade.

O evento abordou o tema “Envelhecimento Multicultural e Democracia: Urgência por Equidade, Direitos e Participação”. A escolha da temática ocorre pela oportunidade de dar amplitude e importância ao assunto, que será discutido na 6ª Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa (CONADIPI) em dezembro na capital federal.

Em fundamento ao conteúdo foram debatidos eixos centrais que foram motes do encontro: Consolidação e fortalecimento dos conselhos de direitos da pessoa idosa como política de Estado; Fortalecimento das políticas de proteção à vida, à saúde e ao cuidado integral da pessoa idosa; Enfrentamento à violência, abandono social e familiar contra a pessoa idosa; Participação social, protagonismo e vida comunitária na perspectiva das múltiplas velhices.

Convidados ilustres que lutam pelos Direitos Humanos diariamente, palestraram sobre cada eixo designado a eles. Priorizando a escuta dos idosos presentes, foi possível compreender suas necessidades e reiterar a urgência de impor os direitos da classe dentro dos sindicatos, onde a luta começa.

Responsável por estar a frente da Conferência Magna debatendo sobre envelhecimento e multiculturalismo, Frei José Fernandes, coordenador do Comitê de Direitos Humanos Dom Tomás Balduíno, propôs um debate rico em diálogo sobre os conceitos da temática.

“É importante destacar que esse evento não se trata de uma Conferência formal, até porque sabemos que muita formalidade compromete a liberdade de todos os envolvidos. Sabemos que estamos nos preparando para a 6ª Conferência Nacional e eu penso que a CUT Goiás e os seus sindicatos estão de parabéns por puxar essa articulação. Quanto ao tema eu digo que o envelhecimento está relacionado à corresponsabilidade da sociedade dentro da qualidade de vida durante o ato de envelhecer. Esta qualidade envolve vários fatores, um deles é a questão cultural, por isso acho muito importante a relação envelhecimento e multiculturalidade; ou seja, a questão do respeito, da dignidade, do trato, até da normatização da relação entre idosos e o Estado, representado pelo poder público que deveria cuidar de todas as faixas etárias e de uma maneira muito especial; criança, adolescente e adultos envelhecidos. As políticas públicas como ferramenta de mudança, devem ter um grande cuidado para respeitar a questão da regionalização, dos costumes, da etnia e na ampla maneira de ser, pensar e se comportar. Quando essas políticas vão de encontro às demandas das pessoas em processo de envelhecimento, se for respeitada as especificidades de cada região, a probabilidade de darem certo será maior”, afirma

Segundo o Conselho Estadual Dos Direitos da Pessoa Idosa (CEDPI-GO), existem 229 conselhos municipais em Goiás, o que reflete a importância da efetividade dos órgãos assistencialistas na proteção dos idosos ao abandono e à violência.

Para apresentar formas de enfrentamento a essa realidade, dividiram a mesa Rayssa Rodrigues, do Centro de Referência em Atenção à Saúde da Pessoa Idosa (CRASPI), e Pedro Wilson, ex-prefeito de Goiânia pelo Partido dos Trabalhadores (PT).

Buscando integralizar a sociedade aos obstáculos dos 60+, Joana D’Arc Aguiar, ativista dos direitos da pessoa idosa condicionou a participação social desde os mínimos detalhes, dando foco à profundidade exigida nos atos de cuidado. Um tópico enriquecido por Ivanilde Batista, diretora da CUT e do Sindsaúde, que expos formas de cuidado através de técnicas terapêuticas.

Maior participação dos sindicatos

Passando a ser pauta fundamental a partir do Congresso Nacional da CUT em 2023, foi estabelecido a criação da Secretaria da Pessoa Idosa, Pensionistas e Aposentadas. Ari Aloraldo, diretor da CUT Nacional, garantiu sua participação no evento por videochamada para reiterar a indispensabilidade de levar tal recorte  para dentro das entidades filiadas.

“Os nossos sindicatos dependem muitas das vezes da presença dos aposentados/as para aprovar as próprias reivindicações da categoria, e que acaba sendo um problema pela falta de discussão nos setores que deveriam estar organizados. Temos, hoje, presente nas nossas mentes, o Conselho da Pessoa Idosa; para trazer uma visão mais ampla, como eles discutem políticas transversais, é preciso pautar esse debate nos sindicatos e alimentar a discussão desse espaço de participação social. É preciso nos articularmos para que todos os municípios da federação passem a ter Conselhos, e onde já o temos é preciso habilitação. Às vésperas da Conferência Nacional, nós observamos que muitos municípios que têm os conselhos, não puderam receber uma alta demanda de propostas devido a barragem de muitos interessados nas Conferências Municipais, pelo poder público. Então é importante estimularmos a criação de novos conselhos, como fortalecer os que já existem pela politização do debate”, explica.