CUT Goiás marca presença no ato Sem Anistia Prisão para os Golpistas em Goiânia
Ato nacional reuniu democratas para exigir punição aos golpistas que atentaram contra as instituições democráticas e espalham o ódio e a violência política.
Publicado: 13 Dezembro, 2024 - 11h36 | Última modificação: 13 Dezembro, 2024 - 12h02
Escrito por: Renato Costa
Na última terça-feira, 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos, as frentes populares, os partidos políticos de esquerda e os movimentos sociais de todo o Brasil se mobilizaram no Ato Nacional Sem Anistia - Prisão para os Golpistas. Em Goiânia, o ato foi realizado no fim da tarde, em frente ao prédio do Ministério Público Federal (MPF).
O respeito às instituições democráticas e à soberania do voto popular foram os temas essenciais apresentados pelos que se manifestaram. Para tanto, um carro de som foi estacionado na frente do MPF, chamando a atenção dos que passavam pela avenida Olinda, ao lado da Assembléia Legislativa do Estado de Goiás (ALEGO).
A Central Única dos Trabalhadores e das Trabalhadoras de Goiás (CUT-GO) marcou presença, tendo sido representada por seu vice-presidente, Ademar Rodrigues, e por seu secretário de administração e finanças, Napoleão Batista. Ambos fizeram falas contundentes em defesa do Estado democrático de direito e da ordem constitucional democrática, alvos da ação criminosa dos golpistas.
Ademar Rodrigues, que é servidor público federal, ressaltou a necessidade de resgate da democracia brasileira por meio da unidade política das forças progressistas em torno da palavra de ordem “sem anistia”. Segundo ele, os que invadiram os prédios da Praça dos Três Poderes, em 08 de janeiro de 2023, propagandeavam suas ações com a certeza da impunidade, mas agora pedem perdão à justiça, o que revelaria o cinismo e a covardia dos golpistas.
Para Ademar, a anistia apenas reforçaria a impunidade, motivação dos diferentes processos golpistas ao longo da história do Brasil, o que configura uma verdadeira tradição golpista em nosso país. A generosidade do brasileiro, conhecido por sua cordialidade e sua abertura diante das diferenças, não deve ser pretexto para a impunidade. Exemplo disso é que a anistia ampla, geral e irrestrita do fim da ditadura, iniciada em 1964 e encerrada em 1985, resultou na persistência dos elementos golpistas em nossa sociedade.
Já para o professor Napoleão Batista, o que está em jogo neste momento da nossa história é a natureza democrática e soberana do Brasil. Com a vitória eleitoral do projeto democrático e desenvolvimentista, o país vem retomando seu protagonismo internacional e sua pujança econômica, o que permite a cada cidadão e a cada cidadã voltar a ter fé no Brasil e se reconhecer como parte de uma nação respeitável.
Napoleão afirmou que a tentativa de destruição das instituições representa o ódio contra o Brasil professado por uma elite rentista e antinacional, que busca representar o brasileiro como um povo destinado à pobreza, ao subdesenvolvimento e ao atraso. Para ele, nossas elites econômicas não reconhecem as potencialidades de nosso povo e apenas buscam se apropriar das riquezas naturais de nosso país.
Com esse propósito, essas elites entreguistas se articularam em torno do projeto neoliberal que prevê a exploração de mão de obra barata, não especializada, e a exportação de matéria prima, com baixo valor agregado. Na divisão internacional do trabalho arquitetada pelo imperialismo, assumida como imutável também por parte do nosso povo, o Brasil estaria impedido de desenvolver tecnologias produtivas, ciência avançada e conhecimento, em geral.
A juventude brasileira, os professores, cientistas e intelectuais seriam as vítimas principais desse processo de rebaixamento das expectativas.
Apesar do peso econômico do rentismo e de sua tentativa de golpe, as últimas eleições demonstraram insatisfação com seu projeto neoliberal. Com Lula, o Brasil passou de 13ª para 8ª economia do mundo e é o segundo país que mais atrai investimentos estrangeiros no mundo.
Ainda segundo Napoleão, o que querem os progressistas e democratas é que as riquezas construídas socialmente, sejam socialmente distribuídas por meio da valorização do salário mínimo e das carreiras do serviço público que garantem saúde, educação e segurança pública, acessíveis e dignas, a toda a cidadania.
As demandas progressistas incluem o fornecimento de crédito barato para os pequenos e médios empresários que invistam na produção de bens e serviços voltados, sobretudo, para a dinamização do mercado interno e para a exportação de produtos com alto valor agregado pelo trabalho qualificado e pela pesquisa inovadora nacional.
Também se pronunciou durante o ato, a ex-presidenta da CUT Goiás, a deputada estadual Bia de Lima. Junto a diversas forças políticas, ela expressou sua indignação com as movimentações bolsonaristas que buscavam contestar o resultado das eleições que deram a vitória ao presidente Lula.
A intenção do ato - que abre uma jornada de protestos que devem ocorrer ao longo de 2025, a partir do próximo 08 de janeiro, quando serão lembrados os dois anos da invasão e destruição dos prédios dos Três Poderes - é fazer valer a justiça através da punição prevista pela lei àqueles que atentaram contra a democracia, contra o voto popular e contra o patrimônio público.
A CUT Goiás defende que aqueles que tentaram destruir o Brasil devam ser julgados, condenados e presos, por meio da aplicação do devido processo legal, para que a paz e soberania possam prevalecer no Brasil.
Por Bolsonaro e seus cúmplices na prisão, já!
Pelo arquivamento do PL da Anistia!
Pela Justiça, pela vida e pela soberania popular!