Escrito por: Maísa Lima

Cerca de dez mil goianas devem participar da Marcha das Margaridas

Expectativa das entidades organizadoras é levar a Brasília mais de 100 mil mulheres

Trabalhadora rural e líder sindicalista Margarida Maria Alves foi assassinada em 1983, na Paraíba

Onze entidades, entre elas a Universidade Federal de Goiás (UFG) e a União Brasileira de Mulheres (UBM) participaram na manhã desta terça-feira (29), na Central Única dos Trabalhadores no Estado de Goiás (CUT-GO), em Goiânia (GO), de uma reunião preparatória para a celebração do Dia Internacional da Mulher (8 de março) e a participação na 6ª Marcha das Margaridas, que acontecerá nos dias 13 e 14 de agosto, em Brasília (DF).

A Marcha é uma ampla ação estratégica das mulheres do campo, da floresta e das águas para conquistar visibilidade, reconhecimento social e política e cidadania plena. Ela se constrói a partir de um processo formativo, de debate e mobilização desenvolvido desde as comunidades, municípios e Estados até desaguar na ruas da capital federal.

Com o lema Margaridas na luta por um Brasil com soberania popular, democracia, justiça, igualdade e livre de violência, a expectativa dos organizadores é levar cerca de 100 mil mulheres à Brasília e destas pelo menos 10 mil devem ser goianas. "Para isso estamos levando a discussão para as bases. Vamos fazer encontros regionais que culminarão num encontro estadual das mulheres do campo", informa o presidente da Federação dos Trabalhadores Rurais na Agricultura Familiar do Estado de Goiás (Fetaeg), Alair Luiz dos Santos.

A Marcha das Margaridas 2019 tem como plataforma de luta:

1. Por terra, água e agroecologia;
2. Pela autodeterminação dos povos com soberania alimentar e energética;
3. Pela proteção e conservação da sociobiodiversidade e acesso aos bens comuns;
4. Por autonomia econômica, trabalho e renda;
5. Por previdência e assistência social pública, universal e Solidaria;
6. Por saúde pública e em defesa do Sistema Único de Saúde (SUS);
7. Por uma educação não sexista e antirracista e pelo direito à educação do campo;
8. Pela autonomia e liberdade das mulheres sobre o seu corpo e a sua sexualidade;
9. Por uma vida livre de todas as formas de violência, sem racismo e sem sexismo;
10. Por democracia com igualdade e fortalecimento da participação política das mulheres.

Já o 8 de março deve incluir também como pauta a luta contra a contrarreforma da Previdência proposta pelo atual governo, que na prática, se aprovada, deve inviabilizar a aposentadoria da absoluta maioria do povo brasileiro; e também o combate à violência contra as mulheres. "Goiás é um dos Estados que mais mata mulheres e agora, com o decreto que facilita a aquisição de armas, tal cenário deve piorar", lembrou a vice-presidenta da CUT Goiás e coordenadora nacional do Movimento Negro Unificado (MNU), Iêda Leal.

Fátima Veloso, secretária-adjunta de Saúde do Trabalhador da CUT Brasil e secretária de Mulheres da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social (CNTSS) destacou a importância de cada entidade definir seu calendáruio de atividades em torno do Dia Internacional da Mulher para culminar em um ato unificado que lute a favor da democracia e da Previdência Social e combata a violência. Nova reunião está marcada para o dia 8 de fevereiro, às 14 horas, também na CUT.