Aumento de lotes comerciais leva à retirada de árvores em Goiânia e temperatura sobe
Constatação aparece em pesquisa de doutorado de professor do IFG
Publicado: 21 Janeiro, 2020 - 12h53
Escrito por: Maísa Lima
Conforme a tese de doutorado do arquiteto e professor do Instituto Federal de Goiás (IFG), Fábio de Souza, o aumento do número de lotes comerciais em Goiânia (GO) está levando à derrubada de árvores. É o que ele comprava no estudo Arborização urbana e cidades saudáveis: índice de supressão arbórea no sistema viário e sua influência na valorização comercial, defendido na Universidade Federal de Uberlândia (UFU).
No Setor Marista, por exemplo, entre 1992 e 2016 foram retiradas 697 árvores, 29 a menos por ano. Essa medida é tomada pelos proprietários dos imóveis na expectativa de valorizá-los (principalmente se forem destinados a fins comerciais), mas eles estão dando um tiro no pé.
"Em 1961, o Centro possuía 246 lotes comerciais. Há quatro anos eram 845. O que ocorreu no Centro está acontecendo agora no Marista. Antes, os imóveis do centro eram os mais valorizados da cidade e vem perdendo competitividade desde então. "Trata-se de um erro de percepção. O dono retira as árvores para dar mais visibilidade ao seu comércio mas isso acaba afastando o consumidor", salienta.
Um exemplo é a Avenida 24 de Outubro, em Campinas. Quem compra no comércio dali tem de se preparar para aguentar o sol. Praticamente não há mais árvores nas calçadas e com isso a temperatura chega a aumentar até 10°. "O mapa arbóreo de Goiânia data de 2008 e esta questão merece ser observada com mais cuidado pelas autoridades. Está caindo a qualidade de vida da cidade como um todo. É triste, considerando que a capital já figurou entre as cidades mais verdes do País.