Assembleia do Sintect-GO termina com proposta dos Correios rejeitada por unanimidade
Categoria recusou proposa da ECT, que retira direitos já conquistados, e aprovou estado de greve permanente em Goiás
Publicado: 22 Julho, 2022 - 18h11 | Última modificação: 22 Julho, 2022 - 19h05
Escrito por: Gabriella Braga
Trabalhadores e trabalhadoras dos Correios participaram, na noite desta quinta-feira (21), da Assembleia Geral Extraordinária sobre a Campanha Salarial 2022/2023 em frente à Agência Central dos Correios, na Praça Cívica, em Goiânia. Durante a assembleia, a diretoria colegiada do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios em Goiás (Sintect-GO) apresentou a proposta da Empresa dos Correios e Telegráfos (ECT), rejeitada por unanimidade pela categoria, que ainda aprovou o estado de greve.
"Os/as trabalhadores/as entenderam que existem mais ataques sobre o plano de saúde, além do reajuste salarial que não representa sequer a inflação do período. Dessa forma, reprovaram a proposta e aprovaram o estado de greve permanente", explicou Ueber Barboza, secretário geral do Sintect-GO.
A proposta apresentada pela ECT foi desenvolvida durante negociação coletiva no dia 12 de julho. Para o sindicato, o "pacote de maldades" não reconhece as reivindicações da categoria, oferecendo um reajuste salarial bem abaixo do valor requerido pela categoria, e ainda tenta alterar ou reduzir os direitos já conquistados no Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) de 2021/2022.
Entre eles, a retirada da entrega matutina, projeto que ocorre em locais de clima quente e baixa umidade; da homologação de atestados médicos, que, conforme a nova proposta, deveria ser feita diretamente pelo/a trabalhador/a; a não emissão de Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) para dirigentes sindicais liberados/as; a exclusão da claúsula que fala sobre a responsailidade da empresa em casos de acidente de trânsito com veículos dos Correios, deixando os prejuízo para o/a trabalhador/a.
A ECT também não apresentou proposta de reajuste no vale-alimentação e vale-refeição, além de retirar a obrigatoriedade da empresa de ser mantenedora do plano de saúde, que já tem sofrido aumentos sucessivos e exorbitantes.
Diante da insatisfação da categoria, os/as trabalhadores/as aderiram ao estado de greve permanente até que os Correios ofereça uma contraproposta que atenda às reivindicações das entidades sindicais.
"Nos veículos de comunicação da empresa, o presidente Floriano Peixoto faz questão de ser estampado nas capas e falar sobre os recordes de lucros. No entanto, quando o assunto é a valorização dos servidores e servidoras, a empresa diz que o cenário é caótico e que inclusive poderá fazer mais cortes nos direitos dos trabalhadores para ajustar as contas", ressaltou a Federação Nacional dos Trabalhadores nos Correios (Fentect).