Sindicalistas e reitor da UFG analisaram o quadro que consideram caótico e avisam: é preciso ir pras ruas defender a educação
Quando a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) - filiada à Central Única dos Trabalhadores (CUT) - convocou, ainda em abril, a Greve Nacional da Educação para o dia 15 de maio, o protesto focava a Reforma da Previdência, que acaba com a aposentadoria especial dos professores: ao invés dos atuais 25 anos de sala de aula ou idade mínima de 50 anos, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) pretende obrigar a categoria a trabalhar 40 anos ou se aposentar com idade mínima de 62 anos, no caso das mulheres, e 65 anos, no caso dos homens.
Luiza ValérioDe abril pra cá deu tempo dos governos estadual e federal meterem tanto os pés pelas mãos que a Greve Geral da Educação se transformou num tsunami, mobilizando professores e estudantes das redes pública e privada de ensino, universidades e institutos federais. O Brasil inteiro está indo às ruas nesta quarta-feira (15) para dizer que não aceita cortes no orçamento da educação e redução direitos para a classe trabalhadora. Somente em Goiás, 40 municípios estão realizando manifestações e passeatas. Em Goiânia (GO), o ato está marcado para as 15 horas, na Praça Universitária.
Dulcinéia SilvaO programa Antena Ligada da Rádio Trabalhador (www.radiotrabalhador.com) reuniu no estúdio a presidenta do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego), Bia de Lima; os presidentes da Central Única dos Trabalhadores em Goiás (CUT Goiás), Mauro Rubem, e da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e do Sindicato dos Professores do Estado de Goiás (Sinpro), Railton Souza; e o presidente do Sindicato dos Auxiliares de Administração Escolar do Estado de Goiás (Sinaae), Carlos Passos. Além disso, o reitor da Universidade Federal de Goiás (UFG), Edward Madureira, foi entrevistado por telefone.
Cleunice AraújoO reitor falou da "absoluta impossibilidade" de concluir este ano letivo. "O corte afeta todas as áreas da UFG, principalmente por cortar verbas da manutenção. É o caos anunciado em todas as Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes), onde estudam 2,5 milhões de alunos. Isso sem falar na pesquisa, que é a chave para resolver os problemas do País e que está sendo desmontada. É preciso reverter esse quadro", pontua o professor Edward.
Para os sindicalistas presentes no debate, o governo federal não está cobrando de quem deve. Afinal são R$ 490 bilhões que as grandes empresas deixaram de pagar à Previdência Social e o débito está sendo apresentado à classe trabalhadora. "Não acredite na propaganda do governo. Capitalização só interessa aos banqueiros", pontuaram.