Escrito por: Maísa Lima
Com falta crônica de pessoal, saída do governo é fechar postos de atendimento à população, ao invés de realizar concurso público
Enquanto mais de 2 milhões de brasileiros e brasileiras aguardam na fila pela liberação de benefícios junto ao Instituto Nacional da Seguridade Social (INSS) - cerca de 40 mil somente em Goiás - o governo tem um jeito bizarro de lidar com a crise provocada pela escassez de servidores públicos na autarquia: o fechamento de agências de atendimento ao público. A próxima que deve cerrar as portas em Goiânia (GO), é a agência da Previdência Social Goiânia Leste, localizada no Setor Universitário.
A informação é do diretor de Organização e Política Sindical do Sindicato dos Trabalhadores Federais em Saúde e Previdência dos Estados de Goiás e Tocantins (Sintfesp - GO/TO) Mauro Oliveira Mota, durante entrevista nesta quarta-feira (19) ao programa Antena Ligada, que vai ao ar de segunda à sexta-feira, das 10 às 11 horas, na Rádio Trabalhador - www.radiotrabalhador.com.br.
"Praticamente todas as agências do INSS estão funcionando de forma precária por falta de servidores. Na APS Aparecida de Goiânia, localizada no Setor dos Afonsos, por exemplo, dos 14 guichês, só 4 estão funcionando assim mesmo porque o chefe da agência também está atendendo ao público", conta o sindicalista.
Sem preocupar-se com a quantidade exorbitante de benefícios represados - aposentadorias, auxílios doença, salários maternidade, entre outros -, o governo federal já anunciou que até junho deste ano irá fechar 500 das cerca de 1,7 mil agências do INSS em todo o Brasil, o que deve acarretar prejuízos incalculáveis à população.
Greves
Numa tentativa de resistir ao desmonte, várias categorias estão em greve e outras planejam ficar em breve. É o caso dos petroleiros e dos servidores da Casa da Moeda, da Dataprev, do Serpro. Os servidores dos Correios devem anunciar a sua no dia 3 de março, como adiantou no mesmo Antena Ligada o dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios Telégrafos e Similares de Goiás (Sintect), Eziraldo Vieira, na terça-feira (18).
Eziraldo também denunciou o desmonte na estatal. "Devido à falta de pessoal, há mais de 100 mil objetos represados nos Correios de Goiânia. Os moradores do Jardim América, por exemplo, estão buscando sua correspondênca nas agências. O governo quer jogar a população contra os servidores, que estão sobrecarregados, e assim justificar a privatização", alertou.