A reforma que massacra a classe trabalhadora
A lógica perversa de Bolsonaro com a "Nova Previdência"
Publicado: 16 Julho, 2019 - 11h31 | Última modificação: 16 Julho, 2019 - 11h58
Escrito por: Maísa Lima

Doutora em História e professora aposentada da Universidade Federal de Goiás (UFG), além de responsável pelo Núcleo Goiás da Auditoria Cidadã da Dívida, Ana Lúcia da Silva foi a convidada desta terça-feira (16) do programa Antena Ligada da Rádio Trabalhador (www.radiotrabalhador.com.br), que vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 10 às 11 horas. Ela analisou a Reforma da Previdência aprovada em primeira votação na Câmara dos Deputados no último dia 10.
Ana Lúcia começou observando que o artigo 50 da Proposta de Emenda à Constituição (PEC 06/2019) considera "rico" o aposentando que recebe R$ 2,3 mil mensais. "Na prática, o que o cojunto desta reforma propõe é matar a classe trabalhadora", disparou, observando que o Brasil tem hoje 13 milhões de desempregados, 40 milhões de pessoas no mercado informal, 27 milhões de autônomos e 92 milhões de trabalhadores e trabalhadoras que recebem até três salários mínimos.
Em suas palestras, a professora tem apresentado uma série de dados técnicos acerca do que chama de “máscara do déficit da Previdência”. “O rombo das contas públicas está no sistema da dívida e não na Previdência Social”. Na avaliação dela, a Reforma da Previdência jamais deveria preceder uma reforma política ou tributária.
Ana Lúcia é contundente ao afirmar que a maioria da classe trabalhadora não vai conseguir se aposentar. "Essa reforma acaba com o sistema de seguridade social. É uma lógica perversa, que massacra os mais pobres e favorece os abonados. É sintomático no Brasil. Se você tem um carro, paga o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), que equivale a 3,5% do valor venal do veículo. Mas não desembolsa um centavo se for dono de um avião, helicóptero ou lancha."