25 de julho, Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha
As demandas do movimento social negro passaram a fazer parte da agenda política a partir do governo ex-presidente Lula
Publicado: 25 Julho, 2018 - 12h08 | Última modificação: 25 Julho, 2018 - 12h16
Escrito por: Maisa Lima
Apesar de corresponder a 53% dos brasileiros, a população negra ainda luta para eliminar desigualdades e discriminações. São cerca de 97 milhões de pessoas e, mesmo sendo a maioria, está subrepresentada no Legislativo, Executivo, Judiciário, na mídia e em outras esferas. Em se tratando do gênero, o abismo é ainda maior.
“Essa data tomou uma proporção maior. O Julho das Pretas assumiu o significado de resistência e luta”, pontua a presidenta da Central Única dos Trabalhadores no Estado de Goiás (CUT Goiás) e coordenadora nacional do Movimento Negro Unificado (MNU), Iêda Leal.
Iêda e a suplente da Diretoria de Políticas Sociais, Raça, Etnia, Mulher e Saúde do Trabalhador do Sindicato dos Trabalhadores Federais em Saúde e Previdência dos Estados de Goiás e Tocantins (Sintfesp-GO/TO), Gilzeli Sampaio Vasconcelos participaram na manhã desta quarta-feira (25), do programa Antena Ligada, da Rádio Trabalhador (www.radiotrabalhador.com.br), onde foram entrevistadas pelo jornalista Cláudio Marques.
“Nesta quarta-feira, às 17 horas, teremos atividades culturais na Vila Cultural Cora Coralina, ao lado do Teatro Goiânia, com várias artistas negras. Estamos trabalhando para que o preconceito e o racismo sejam extirpados da sociedade”, acrescenta Gilzele, a Gil.
Vale lembrar que as demandas do movimento social negro passaram a fazer parte da agenda política a partir do governo ex-presidente Lula. O Estatuto da Igualdade Racial (Lei 12.288/2010) tem sido a referência para as cotas nos concursos públicos e nas universidades, como um dos caminhos a se percorrer para reduzir e reparar essas desigualdades.
Feminismo Negro
A partir de 1992, em Santo Domingo, na República Dominicana, com a realização do 1º Encontro de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-caribenhas foi criada a Rede de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-caribenhas e definido o dia 25 de julho como Dia da Mulher Afro-latino-americana e Caribenha.
A lei nº 12.987/2014 foi sancionada pela presidenta Dilma Rousseff, como o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. Tereza de Benguela foi uma líder quilombola, viveu durante o século 18. Com a morte do companheiro, Tereza se tornou a rainha do quilombo, e, sob sua liderança, a comunidade negra e indígena resistiu à escravidão por duas décadas, sobrevivendo até 1770, quando o quilombo foi destruído pelas forças de Luiz Pinto de Souza Coutinho e a população (79 negros e 30 índios), morta ou aprisionada.