Mulheres Negras Latino-Americanas e Caribenhas: precisamos de uma rede de proteção!
Publicado: 25 Julho, 2019 - 00h00 | Última modificação: 25 Julho, 2019 - 13h45
O Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência, divulgados ainda em 2017 pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em parceria com a Secretaria Nacional de Juventude e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, revelou que Goiás é o Estado brasileiro com a maior taxa de mortalidade de jovens negras do País.
Conforme apontava o levantamento, a taxa de homicídios entre mulheres negras e jovens entre 15 e 29 anos era bastante superior à das brancas nas 26 unidades federativas. Mas o caso mais dramático ocorria no Goiás, onde a taxa de mortalidade de jovens negras chegava a 13,8 por 100 mil. De lá para cá não há informações atualizadas, mas pode-se supor que os números estejam ainda mais estarrecedores diante do aumento geral da violência, visto que vivemos sob o jugo de um governo autoritário, machista e racista.
É verdade que temos um mercado de trabalho sexista, racista e LGTBfóbico. Em 2016, a taxa de desemprego era de 10,4% entre mulheres e de 7,6% entre homens. No mesmo ano, 48,7% das mulheres recebiam menos que o salário mínimo. Entre os homens o índice era 36,7%. Infelizmente, essa discrepância só tem aumentado em países dominados pelo neoliberalismo, como o Brasil. Assistimos ao fim das políticas públicas de atendimento e acolhimento das mulheres.
Desde 1992, o 25 de julho marca o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, quando ocorreu o I Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-caribenhas, em Santo Domingos, República Dominicana, como marco internacional da luta e da resistência da mulher negra.
Como vice-presidenta da Central Única dos Trabalhadores no Estado de Goiás (CUT Goiás) e coordenadora nacional do Movimento Negro Unificado (MNU) desejo, antes de mais nada, homenagear todas as mulheres, sindicalistas ou não, que são fundamentais para a construção da luta dos direitos da classe trabalhadora, por políticas sociais e no combate do machismo e ao racismo.
Ao longo da história estamos saindo da invisibilidade e promovendo os diálogos fundamentais que impulsionam as trajetórias de mulheres negras nos mais diversos campos de trabalho.
Daqui da Tailândia, onde participo do Congresso Mundial de Educação, chamei a atenção das. Mulheres negras aqui presentes para fazermos uma grande rede de proteção às nossas vidas. Temos que nos manter unidas para alcançar a vitória e derrotar o racismo. Vidas negras importam!